“Fazer política industrial só para compensar desajuste macroeconômico não vai resolver os problemas”, afirma Marconi, que também é o coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da FGV, em entrevista ao Metrópoles. Ele defende que deveria haver mais clareza por parte do governo com metas definidas e que gerassem mais exportações.Apesar de significativa a saída da Ford, este não é o único caso que demonstra a crise que o país enfrenta. “A Ford não é um caso isolado. É lógico que tem um peso simbólico, que é relevante, mas é um processo que já vem acontecendo. Você já tinha dentro do setor automotivo outras fábricas fechando, e em outros setores também. O país está perdendo efetivo produtivo”, declarou. Para ele, o problema vai além do “Custo Brasil” tão criticado com a saída da Ford. “Falta uma estratégia do governo de exportação. Agora, uma coisa é falar que estamos fazendo uma abertura comercial e o governo propor a abertura de compras públicas a empresas estrangeiras. Quer dizer, nós estamos fazendo o contrário dos outros países. A abertura comercial que a gente tem que fazer é estimular a exportação, não o contrário”, pontuou.