As guerras além de fazerem milhares de vítimas, muitas vezes acabam por gerar um grande prejuízo financeiro e uma certa instabilidade da economia no mundo. Todavia, durante o Yom Kipur, há 50 anos atrás, o conflito entre árabes e israelenses, afetaram negativamente o mercado de commodities em todo o planeta.
A princípio, na época, foi preciso muitos anos para que a economia global pudesse se recuperar. Agora, depois do ataque terrorista do Hamas contra Israel, os analistas econômicos prevêem algumas consequências não tão intensas como no passado. Isso se deve ao fato de que houve um crescimento de novos exportadores.
Desse modo, o Brasil está incluso como um grande agente atuante no mercado, sendo um dos maiores exportadores agrícolas do mundo. Mesmo assim, os analistas estimam que a continuidade do conflito entre Hamas e Israel, possa, de certa maneira, ter efeitos nefastos no bolso dos consumidores, inclusive brasileiros.
Analogamente, o grande medo é que a guerra possa continuar e que outros países ou mesmo grupos terroristas possam entrar no conflito. Há uma grande preocupação nesse sentido em relação ao Irã. Até agora, o confronto tem sido entre o exército de Israel e o grupo terrosita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Guerra e economia
Em relação a economia, é preciso dizer que tanto Israel quanto o grupo Hamas não possuem um papel tão importante assim para o mercado mundial de petróleo. Ademais, o mesmo não se pode dizer do Irã. As autoridades do país disseram recentemente que são contra as ações israelenses, através de algumas declarações.
Deve-se observar que grupos apoiados e financiados pelo governo de Teerã, como o libanês Hisbolá e os houthis no Iêmen têm aparecido nos últimos dias. Lideranças dos Estados Unidos, União Européia e Reino Unido, fizeram um alerta sobre a seriedade do conflito entre Israel e o Hamas, com sérias consequências para a região.
Dessa maneira, os Estados Unidos, neste momento, procura aumentar a sua presença militar no Oriente Médio. Se o Irã entrar na guerra, haverá, entre outras consequências à economia, uma redução nas exportações de petróleo do país. O Estreito de Ormuz, onde passa 30% do produto consumido em todo o planeta, pode sofrer os efeitos do conflito.
O fato é que a guerra atual entre Israel e o grupo Hamas, não envolve neste momento, nações importantes para a produção e consumo do petróleo cru. O impacto relativo ao produto se deve em parte ao risco relacionado ao conflito, um possível agravamento e consequências negativas a países produtores como o Irã.
Continuidade do conflito no Oriente Médio
Em síntese, se a guerra continuar, os impactos sobre a economia mundial podem aumentar. Os valores negociados pelo petróleo podem aumentar, afetando diretamente os preços dos combustíveis, e aumentando a pressão inflacionária em todo o planeta. Autoridades de Israel já disseram que o conflito em Gaza pode ser longo.
Como consequência, o mercado de petróleo pode sofrer algumas restrições, até maiores do que os especialistas projetavam. A expectativa é a de que nos próximos trimestres, o barril de petróleo fique na casa dos 90 dólares. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, este cenário pode se tornar real.
Dessa forma, para ele, se houver uma estabilização da guerra no Oriente Médio, o barril de petróleo no mercado internacional pode fechar o ano entre 80 e 90 dólares. Ardenghy diz que os preços negociados para a gasolina e para o diesel no Brasil podem ser impactados. Isso porque o país depende da importação desses produtos.
Cenário para a Inflação
Enfim, com a alta do preço do barril do petróleo no mercado internacional, a projeção é a de que haveria uma alta da inflação no país. Esse tipo de commodity apresenta um grande impacto na economia brasileira, influenciando nos valores negociados de outros produtos e serviços em todo o mercado nacional.
Em conclusão, a cadeia produtiva brasileira utiliza o produto como matéria prima para o transporte, além da produção de diversos itens consumidos pela população. Se houver um crescimento na cotação do petróleo, a queda recente na pressão inflacionária percebida em todo o Brasil e um desenvolvimento na economia, podem não continuar.