O governador da Bahia, Rui Costa (PT), em entrevista ao vivo à TV Bahia concedida nesta segunda (01), chorou ao pedir para a população do estado cumprir as medidas de isolamento social contra a pandemia de Covid-19. O político se emocionou ao falar sobre um pai que perder a filha de 16 anos para a doença.
Rui Costa impôs lockdown de 48h em algumas regiões da Bahia e disse que sente inveja de outros países onde as medidas sanitárias contra Covid-19 são cumpridas, como na Alemanha e na China.
“Essa doença não é como o câncer. É uma doença coletiva. Ou a gente vai ter consciência disso ou não nos livraremos dessa doença. Por ser uma doença coletiva, só vamos nos livrar com comportamento coletivo”, disse Rui Costa.
O governador não escondeu a emoção ao pedir para a população manter os cuidados sanitários.
“Temos que pensar quantas vidas humanas uma bebedeira vale. Quantas vidas humanas você vai ser responsável por ir em uma festa? ‘Ah eu tenho direito de ficar bêbado, de encher bares, de ir para paredão’. Seu direito é superior a dor de mães e pais que perderam filhos? Vi hoje um pai chorando porque perdeu filha de 16 anos, então… é isso… [interrompendo a fala com a voz embargada].”, afirmou o governador da Bahia.
O momento pode ser visto aos 29 minutos e 50 segundos do vídeo:
Logo depois, ao tentar falar sobre o fechamento do comércio em algumas regiões do estado, Rui Costa voltou a se emocionar.
“Não é fácil. É duro você receber mensagem dizendo ‘e meu negócio? E minha loja?’ O que é mais importante: 48 horas de loja funcionando ou vidas humanas? Desculpa”, afirmou Costa, chorando novamente.
O governador da Bahia classificou o Brasil como o pior país na gestão da pandemia de Covid-19. “Infelizmente o Brasil vai entrar para história dessa pandemia como o país que pior tratou dessa doença“.
De acordo com Rui Costa, “os Estados Unidos eram o pior, mas mudou o presidente e hoje eles estão com 45 milhões de vacinados”.
Segundo dados do consórcio de imprensa, a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil chegou a 1.208 óbitos diários nos últimos sete dias, o que representa um recorde. No total, a Covid-19 tirou 255.018 vidas no país.