A pandemia do novo coronavírus fez com que crianças e adolescentes ficassem longe de suas escolas. No entanto, um projeto criou uma oportunidade para que estudantes de instituições públicas pudessem manter contato com a literatura a distância.
Trata-se do Rodas de Leitura, idealizado pelo Instituto Estação das Letras, realizado virtualmente. Consistem em encontros, que ocorrem por meio das redes sociais, de escritores e jovens moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
O intuito do programa é reforçar o papel social da literatura, sobretudo a infanto-juvenil, na expressão e identidade desses estudantes.
Projeto é mediado por professores
A curadoria para escolher os escritores convidados para as reuniões foi realizada por educadores especializados. Esses mesmos professores é que fazem a mediação do evento, propondo abordagens que se encaixem às faixas etárias das crianças e dos adolescentes participantes.
Os encontros são destinados ao seguintes grupos: crianças de 5 a 8 anos; de 9 a 12; e jovens de 13 a 21 anos de idade.
Todos os estudantes recebem em seu endereço um exemplar do livro que é trabalhado em cada “live” que acontece no Facebook do evento. Eles também ganham um kit lanche.
A proposta é levar a literatura de modo agregador, instigando a participação ativa dos estudantes participantes durante a leitura dos textos.
É uma maneira de propor atividades diferenciadas em meio à necessidade de distanciamento social, enquanto as escolas públicas permanecem fechadas. Lembrando que muitos dos estudantes vivem em casas nas quais os pais e responsáveis não puderam para de trabalhar para buscar meios alternativos de renda.
Escritores convidados do Rodas de Leitura
A programação do Rodas de Leitura se iniciou no mês de junho e irá até o mês de setembro. Cada fim de ciclo de atividades conta com um encontro com um escritor diferente.
Bia Bedran, autora do livro Cabeça-de-vento foi a convidada do dia 13 de julho. O próximo ciclo de leitura será do livro “Meu avô Apolinário”, do autor Daniel Mundukuru.
Já no mês de agosto, será a vez da escritora Conceição Evaristo, com seu livro “Olhos d’água”.
Segundo a fundadora e diretora do Instituto Estação das Letras, Suzana Vargas, o projeto ajuda a “combater a vulnerabilidade social por meio da ação cultural, da democratização e do envolvimento da família desses estudantes”.