O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne nesta terça-feira (19/09), em Brasília, para decidir o futuro da taxa de juros básica da economia nacional, a Selic. Todavia, este será o sexto encontro em 2023 e pode sinalizar um recuo do índice, puxado por uma queda da inflação nos últimos meses.
A princípio, a expectativa é a de que o Copom reduza a taxa Selic, que neste momento está em 13,25%. A estimativa do mercado financeiro é de que os juros baixem para cerca de 12,75% ao ano. Caso a redução se concretize, será a segunda desde agosto, quando o Banco Central decidiu por um corte de 0,50%.
Desse modo, o Copom informou em sua última reunião, em agosto passado, que os diretores do banco Central e o presidente Roberto Campos Neto, tomaram a decisão de reduzir a taxa selic nos próximos encontros. Vale ressaltar que na ocasião, houve uma unanimidade relacionada ao recuo da taxa de juros anual.
Analogamente, o Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, diz que a expectativa do mercado financeiro é a de que a taxa Selic recue novamente em 0,50%, como aconteceu no mês de agosto. Entretanto, algumas instituições financeiras presentes no boletim, estimam uma queda ainda maior, de 0,75%.
Queda de juros no país
Dessa maneira, é conveniente mencionar que o mercado financeiro estima que a taxa de juros feche 2023 na casa dos 11,7% ao ano. O Copom deverá fazer um anúncio sobre sua decisão relacionada à Selic nesta quarta-feira (20/09), no fim do dia. Na última reunião, o órgão anunciou que tomou sua decisão devido à queda da inflação.
De fato, com um recuo da pressão inflacionária, e com um maior desenvolvimento da economia do país, o Copom aumenta exponencialmente a sua confiança, para que possa agir no sentido de iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária. Sendo assim, há um espaço para que o Banco Central reduza a taxa de juros.
Ademais, é importante dizer que o Banco Central no início de 2023 fez alguns anúncios a respeito da economia do país que podem ser considerados duros, abrindo, inclusive, a possibilidade de aumentar a taxa Selic no decorrer do ano. Houve uma alteração na percepção do Copom devido ao recuo da inflação.
Mesmo com uma pressão inflacionária reduzida, o Copom afirma que há ainda alguns produtos e serviços no mercado com seus preços negociados em ascensão. Aliás, alguns estão caindo menos do que era previsto. O Banco Central, dessa forma, afirma que será conservador em suas decisões sobre a taxa de juros.
Economia nacional
De acordo com a ata do Copom para agosto, “Qualquer que fosse a decisão, era consensual que um cenário com expectativas de inflação acima do patamar compatível com a meta para a inflação e atividade econômica resiliente requer uma postura mais conservadora ao longo do ciclo de flexibilização da política monetária”.
Em suma, nos últimos meses, houve no país uma desaceleração da inflação, o que fez com que as estimativas do mercado financeiro relativa ao índice de preços também recuasse. O Relatório Focus do Banco Central desta semana aponta uma alta de 4,86% neste ano. Anteriormente o índice estava mais alto, com 4,93%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do mês de agosto, ficou em 0,23%. Este é o índice oficial sobre a inflação no país. Enfim, apresentou-se um aumento em relação a julho. No período houve uma queda no preço dos alimentos.
Taxa de juros Selic
A taxa de juros Selic normalmente é utilizada para que títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional sejam negociados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Dessa forma, ela também é uma referência para outras taxas da economia nacional. O Banco Central a utiliza para conter a inflação no país.
Em conclusão, a taxa de juros Selic
é um instrumento do Banco Central que combate o alto índice de preços. No entanto, em muitos casos, sua alta faz com que a economia se desenvolva menos, e a atuação do Copom acaba sendo criticada, inclusive pelo presidente Lula (PT). Há um certo conservadorismo relativo à manutenção do índice.