O rendimento médio mensal domiciliar por pessoa cresceu 6,9% em 2022, chegando a R$ 1.586. Esse é o primeiro avanço após dois anos consecutivos de queda, período em que a renda dos brasileiros caiu para o menor nível já registrado.
Em resumo, a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua teve início em 2012. De lá para cá, a pesquisa vem informando os dados do rendimento domiciliar no país. E o menor patamar foi registrado em 2021, quando a renda média nacional caiu para R$ 1.484.
Os fracos resultados registrados em 2020 e 2021 foram provocados pela pandemia da covid-19. Isso porque a crise sanitária resultou em uma recessão global, derrubando a economia das maiores nações do planeta, exceto a China, que conseguiu se manter no campo positivo.
No Brasil, a situação ficou bastante complicada, visto que a pandemia provocou o fechamento de milhões de postos de emprego. Com isso, o rendimento das famílias do país caiu para patamares nunca antes registrados.
Entretanto, o resultado positivo de 2022 indica a recuperação da renda familiar no país. Em suma, os dados cresceram de maneira significativa por causa da retomada econômica do país, mas também devido à base comparativa fraca.
Aliás, com o acréscimo dos dados de 2022, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita cresceu 7,7% em relação a 2021, para R$ 339,6 bilhões.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela PNAD, divulgou os dados da pesquisa nessa semana. Vale destacar que essa edição foi nomeada de PNAD Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022.
De acordo com os dados da PNAD Contínua, a região Nordeste continuou a registrar o menor valor do país, assim como aconteceu nos anos anteriores. Em contrapartida, a região Sul teve um rendimento superior à média nacional, mantendo-se na liderança do ranking do país.
Confira abaixo o rendimento médio mensal domiciliar por pessoa em 2022:
Embora o Sul tenha mantido a liderança nacional, o crescimento percentual do rendimento foi o segundo menor do país. Em síntese, o Norte teve o maior crescimento percentual nacional, de 16,6%. Em seguida, ficaram Centro-Oeste (10,7%), Nordeste (8,8%), Sul (6,2%) e Sudeste (4,8%).
Já em valores reais, o Centro-Oeste teve o maior crescimento do país. Na região, o rendimento médio ficou R$ 179 maior que o registrado em 2021. Na sequência, ficaram Norte (R$ 156), Sul (R$ 113), Sudeste (R$ 87) e Nordeste (R$ 82). No Brasil, o aumento real foi de R$ 102 em 2022, frente o ano anterior.
Cabe salientar que todos esses dados foram atualizados pela inflação. Inclusive, os grandes destaques em 2022 foram as regiões Norte e Centro-Oeste, que tiveram os maiores crescimentos do país, tanto percentual quanto real.
Além disso, o IBGE também revelou que o rendimento médio mensal real da população residente com rendimento de todas as fontes chegou a R$ 2.533. Esse valor corresponde a um aumento de 2,0% em relação a 2021 (R$ 2.483). Contudo, o valor ficou 2,6% menor que a renda observada em 2012 (R$ 2.599), quando a série teve início.
Por outro lado, o rendimento de todos os trabalhos caiu 2,1% em 2022, para R$ 2.659, na comparação com o ano anterior, quando a renda totalizou R$ 2.716.
A situação foi completamente com o rendimento de outras fontes, que teve um forte crescimento de 12,1% em um ano. Entre2021 e 2022m, o valor cresceu de R$ 1.478 para R$ 1.657.
Aliás, o item aposentadoria e pensão continuou com a maior média em 2022, de R$ 2.161. Outro destaque foi o item outros rendimentos, que dispararam 44,8%, de R$ 562 para R$ 814. A saber, esse foi o maior valor já registrado pela série histórica.
Em contrapartida, o rendimento médio mensal da categoria aluguel e arrendamento atingiu o menor patamar da série. Em resumo, o valor caiu de R$ 1.989 em 2021 para R$ 1.755 em 2022, puxado para baixo pelas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Inclusive, o Sudeste apresentou a maior queda do país, de R$ 2.261 para R$ 1.815.
“Essa foi a primeira vez que essa categoria ficou abaixo dos dois mil reais na região Sudeste, em uma grande queda. Uma possível explicação pode ser a inflação. Conseguimos perceber esse movimento também em outras categorias. Alguns itens não são reajustados de acordo com a inflação, o que causa essa corrosão“, explicou Alessandra Brito, analista da pesquisa.