O rendimento médio real de todos os trabalhos chegou a R$ 3.032 no quarto trimestre de 2023. Isso quer dizer que, em média, os trabalhadores receberam 2,3 vezes mais que o salário mínimo vigente no país à época, de R$ 1.320.
Em suma, o valor do rendimento cresceu 3,1% em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2022, quando os trabalhadores do país recebiam, em média, R$ 2.938 no período. Significa que os trabalhadores passaram a ganhar R$ 96 a mais em 12 meses, resultado que reflete a melhora do rendimento no país, para alegria dos trabalhadores.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (31).
Veja o rendimento entre as posições
A PNAD Contínua mostrou que, entre as posições na ocupação, o rendimento se mante estável em todas as categorias. Esse resultado foi alcançado em relação à comparação com o trimestre anterior.
Já em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2022, a renda cresceu na maioria das posições, elevando o poder de compra dos trabalhadores. Confira abaixo as posições cujo rendimento cresceu em relação ao final de 2022:
- Empregador (7,8%, ou mais R$ 547);
- Empregado sem carteira de trabalho assinada (8,1%, ou mais R$ 157);
- Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (3,3%, ou mais R$ 147);
- Empregado com carteira de trabalho assinada (2,5%, ou mais R$ 70).
As únicas exceções foram as categorias de trabalhador doméstico e de trabalhador por conta própria, cujos rendimentos não apresentaram variação significativa em relação ao ano passado.
Massa de rendimento cresce no trimestre
Além do crescimento observado no rendimento dos trabalhadores, a massa de rendimento também conseguiu avançar no trimestre. Em suma, esse resultado é bastante positivo para os trabalhadores do país, e isso aconteceu graças à melhora do mercado de trabalho brasileiro.
De acordo com o IBGE, a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 301,6 bilhões.
Em resumo, esse valor atingiu um novo recorde da série histórica, visto que o IBGE nunca havia registrado um montante tão elevado assim quanto o do trimestre encerrado em dezembro do ano passado.
Na comparação com o trimestre anterior, a massa de rendimento cresceu 2,1% (R$ 295,3 bilhões), acréscimo de R$ 6,3 bilhões. Da mesma forma, a massa cresceu em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2022 (R$ 286,5 bilhões), mas o aumento foi ainda maior, de 5,0% (ou R$ 15,1 bilhões).
Veja qual será o salário mínimo de 2024
A saber, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto no dia 27 dezembro, reajustando o valor do salário mínimo. Com isso, o valor do piso nacional passou de R$ 1.320 para R$ 1.412, aumento real de R$ 92.
O aumento de R$ 92 superou a inflação e já constava em medida provisória enviada pelo presidente Lula em maio ao Congresso Nacional. Por sua vez, o parlamento aprovou o texto em agosto, e, agora, o presidente sancionou o valor.
Em síntese, o novo valor do salário mínimo é resultado de uma fórmula que já havia sido adotada durante os governos anteriores do PT. Para quem não sabe, a nova política determinada por Lula leva em consideração dois fatores:
- Inflação do ano anterior ao reajuste, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC);
- Produto Interno Bruto (PIB) consolidado do Brasil de dois anos antes.
Cabe salientar que o novo valor passará a ser pago a partir de fevereiro, já que entrou em vigor a partir do primeiro dia de janeiro, ou seja, os pagamentos se referem ao mês anterior.
Aumento real do salário mínimo
Em resumo, o governo possui duas opções quando o assunto é reajuste do salário mínimo. A primeira delas se refere à vinculação da inflação, ou seja, o salário subirá de acordo com a inflação do ano anterior. Já a segunda opção é a promoção de um aumento real no piso nacional.
Em 2024, os trabalhadores vão contar com um ganho real do salário mínimo. Isso também aconteceu em 2023, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro promoveu aumento real do piso nacional, algo que havia acontecido apenas em 2019, promovido no ano anterior pelo presidente em exercício, Michel Temer.
Quando o salário mínimo não apresenta ganha real, subindo apenas para se manter equiparado à inflação, os trabalhadores que recebem o piso salarial não veem sua renda aumentar. Isso porque, mesmo com o aumento percentual, o valor apenas acompanha a taxa inflacionária.
Nesses casos, o trabalhador que recebe mensalmente um salário mínimo terá a chance de continuar adquirindo os mesmos itens que adquiriu no ano anterior. Contudo, ele não terá aumento real em sua renda para conseguir adquirir mais produtos ou serviços, pois o seu salário só terá subido para acompanhar a inflação.