O Banco Central apresentou nesta segunda-feira (09/10), o Relatório Focus desta semana. A princípio, de acordo com o levantamento sobre as estimativas do mercado financeiro, as projeções para a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2023 ficaram estáveis, as mesmas da semana passada.
Todavia, segundo o Relatório Focus, a expectativa do mercado financeiro, é a de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, termine o ano com uma alta de 4,86%. Vale ressaltar que esse é o mesmo índice apresentado no levantamento semanal do Banco Central anterior.
Deve-se observar que há um mês atrás, as expectativas dos entrevistados no levantamento do Banco Central, era a de que a inflação bateria a casa dos 4,93% em 2023. Se houver confirmação sobre as projeções do Relatório Focus desta semana, este será o terceiro ano em sequência, no qual o IPCA fica acima da meta.
Analogamente, é preciso dizer que a meta estabelecida para a inflação em 2023 é de 3,25%. Neste caso, há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, o IPCA pode variar entre 1,75% a 4,75%. Segundo o levantamento, a expectativa sobre o índice de preços para 2024 ficou um pouco maior da previsão do Relatório Focus anterior.
Estimativas do Relatório Focus
Ademais, a previsão é a de que a inflação no ano de 2024 passe de 3,88% para 3,87%. No mês passado, a expectativa do mercado financeiro era outra, com um IPCA de 3,89% para o ano que vem. As projeções para 2025 e 2026 apontam um índice inflacionário de 3,5%. Essa projeção está de acordo com a meta do governo.
O Relatório Focus desta semana também apresentou as projeções do mercado financeiro sobre o PIB. É importante mencionar que ele é a soma dos bens e serviços produzidos em território nacional. A expectativa dessa semana é a de um crescimento de 2,92% em 2023, a mesma projeção do último relatório do Banco Central.
O mercado financeiro esperava, no mês passado, uma alta do PIB brasileiro de cerca de 2,64%. A expectativa para o ano de 2024 é de um crescimento econômico de 1,5%. Para o ano de 2025, a projeção é de 1,9%. Já a estimativa para o dólar, é a de que a moeda norte-americana tenha uma queda, passando de R$5 para R$4,95.
Em síntese, superando as estimativas do mercado financeiro apresentadas no relatório, a economia brasileira, no segundo trimestre de 2023, teve uma alta de 0,9% na comparação com os primeiros três meses deste ano. Esses dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Economia do país
Segundo o IBGE, a economia nacional, em comparação com o segundo trimestre de 2022, teve neste ano um crescimento de 3,4% no total. Em 12 meses, o PIB brasileiro apresenta uma alta de cerca de 3,2%. Já no primeiro semestre de 2023, de acordo com o instituto, a economia teve um crescimento exponencial de 3,7%.
Sobre a meta de inflação para este ano, é preciso considerar que ela é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). De acordo com o Relatório Focus apresentado, a chance de o IPCA superar o teto da meta estabelecida é de 67%. Em agosto a inflação sofreu a influência do custo da energia elétrica e ficou em 0,23%.
O índice de preços é maior do que o registrado pelo IBGE no mês de agosto do ano passado, que ficou em -0,36%. Neste caso, houve uma deflação no período. Até o momento, o IPCA acumula uma alta de 3,23% no ano, e 4,61% em 12 meses. Aliás, as informações sobre a inflação de setembro serão divulgadas na quarta-feira (11/10).
Taxa de juros
Para controlar a pressão inflacionária, o Banco Central utiliza a taxa de juros básica para a economia nacional, a Selic. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), a definiu em 12,75% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo de 0.50% este ano. Portanto, ele tem atuado com uma certa moderação.
Em conclusão, o Copom afirma que devido a alta do índice de preços, ele procura atuar no sentido de restringir sua política monetária de forma expressiva. Dessa maneira, o Banco Central tem como objetivo principal, ao reduzir os juros moderadamente, fazer com que a inflação atinja sua meta estabelecida pelo Governo Federal, para os anos de 2024 e 2025.