O Banco Central do Brasil (BC) divulgou o seu Relatório Focus nesta segunda-feira (16/10). A princípio, segundo os economistas do mercado financeiro nacional, a projeção sobre a inflação deste ano de 2023 passou de 4,86% para 4,75% nesta semana. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas no levantamento.
Todavia, se a estimativa do mercado financeiro, presente no Relatório Focus, confirmar o índice de preços este ano, ele estará dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Vale ressaltar que a meta de inflação para 2023 é de 3,25%. Ela será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75% este ano.
Desse modo, é preciso observar que esta será a primeira vez que a previsão da inflação estará dentro da meta do Governo Federal, desde o dia 15 de junho de 2022, quanto a previsão do Relatório Focus apontou uma variação do índice de preços de 4,73%. Essa queda ocorreu depois da divulgação da inflação de setembro.
Analogamente, a inflação oficial do mês passado apontou uma variação de 0,26% , um índice bem abaixo das expectativas do mercado financeiro. Se houver a confirmação das estimativas dos economistas no Relatório Focus desta semana, será interrompido um período de dois anos de descumprimento da meta.
Inflação oficial do país
Ademais, no ano de 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma alta de 10,06%. Já no ano passado, em 2022, a inflação oficial do país ficou em cerca de 5,79%. O levantamento semanal do Banco Central também apresentou as projeções para a alta dos preços em 2024. Ela bateu a casa dos 3,88%.
É importante mencionar que a meta para a inflação do Governo Federal relativa à 2024 é de 3%. Ela se confirmará no caso de o IPCA girar em torno de 1,5% e 4,5% no total. O Banco Central já está considerando a inflação do ano que vem para definir sua taxa básica de juros, a Selic. Através dela se contém a pressão inflacionária no país.
A Selic é um instrumento eficiente contra a inflação. No entanto, o remédio é bem amargo, visto que o país acaba se desenvolvendo menos, economicamente falando. Por outro lado, quanto maior o índice de preços, menor é o poder de compra da população brasileira. Quem recebe salários menores é bastante afetado neste cenário.
O preço dos produtos e serviços negociados em todo o país aumentam, enquanto que o salário continua o mesmo, ele não acompanha essa alta da inflação. Portanto, o Governo Federal se preocupa bastante com as metas sobre a pressão inflacionária e busca por ações com o objetivo de frear uma alta durante o ano.
Relatório Focus e o PIB
O mercado financeiro através do Relatório Focus também apresentou suas estimativas relacionadas ao Produto Interno Bruto (PIB) Nacional. Para os economistas entrevistados, em 2023 haverá um crescimento próximo da estabilidade. As projeções apontam para uma variação positiva de 2,92%.
Deve-se observar que o PIB é a soma de todos os produtos e serviços produzidos em território nacional durante um certo período. Através deste importante indicador se verifica a evolução da economia brasileira. Aliás, para o ano de 2024, a estimativa é a de um crescimento de 1,50%, mesmo índice do Relatório Focus anterior.
Uma das causas para uma projeção mais otimista sobre o crescimento do PIB para o ano de 2023 foi o anúncio de que o produto interno bruto do segundo trimestre deste ano apresentou uma alta de 0,9%. Em suma, esse índice foi maior do que o previsto pelo mercado financeiro nas estimativas semanais do Banco Central.
Taxa básica de juros, Selic
As estimativas dessa semana dos economistas entrevistados no Relatório Focus, apontam uma taxa de juros básica da economia nacional, Selic, nos mesmos patamares do levantamento anterior, tanto para 2023, quanto para 2024. Neste momento, o índice está em 12,75% ao ano, depois de dois cortes do Banco Central.
De acordo com as projeções do mercado financeiro brasileiro, presentes no boletim do Banco Central, a taxa Selic deve fechar o ano de 2023 na casa dos 11,75% anuais. Já em relação ao ano de 2024, a estimativa dos economistas entrevistados, é de uma taxa de juros de 9% ao ano. Enfim, ao que parece, um maior fôlego da inflação favorece o corte do índice pelo Banco Central e pelo Comitê de Política Monetáriia (Copom).