Realismo mágico: Entenda o que é em 6 tópicos
Realismo mágico ou realismo fantástico é uma abordagem da literatura que tece fantasia e mito na vida cotidiana. O que é real? O que é imaginário? No mundo do realismo mágico, o comum se torna extraordinário e o mágico se torna comum.
De acordo com especialistas, não consiste em um gênero literário. Mas sim uma forma de questionar a natureza da realidade. Em livros, histórias, poesia, peças e filmes, narrativa factual e fantasias remotas se combinam para revelar percepções sobre a sociedade e a natureza humana.
É fácil confundir realismo mágico com formas semelhantes de escrita imaginativa. Como por exemplo os contos de fadas. Entretanto, apesar de pura fantasia, não se inserem no realismo fantástico. Nem as histórias de terror ou ficção científica, diga-se de passagem.
Para cair na tradição do realismo mágico, a escrita deve ter a maioria, senão todas, dessas seis características que vamos expor abaixo. Acompanhe para entender.
1. Situações e eventos que desafiam a lógica
No romance alegre de Laura Esquivel “Como água para chocolate”, uma mulher proibida de se casar derrama mágica na comida.
Em “Amada”, a autora americana Toni Morrison conta uma história mais sombria: Uma mulher escrava fugida se muda para uma casa assombrada pelo fantasma de uma criança que morreu há muito tempo. Essas histórias são muito diferentes, mas ambas se passam em um mundo onde realmente tudo pode acontecer.
2. Mitos e lendas
Muito da estranheza no realismo mágico deriva do folclore, parábolas religiosas, alegorias e superstições.
Muitas novelas brasileiras já trouxemos à tona essa característica em um enredo desse estilo. Podemos citar, por exemplo, Saramandaia e O Sétimo Guardião.
3. Contexto histórico e preocupações sociais:
Eventos políticos e movimentos sociais do mundo real se entrelaçam com a fantasia para explorar questões como por exemplo racismo, sexismo, intolerância e outras falhas humanas.
“Os Filhos da Meia Noite” de Salman Rushdie retrata a saga de um homem nascido no momento da independência da Índia. O personagem de Rushdie está telepaticamente ligado a mil crianças mágicas nascidas na mesma hora e sua vida reflete os principais eventos de seu país.
4. Tempo e sequência distorcidos
No realismo mágico, os personagens podem se mover para trás, saltar para a frente ou ziguezaguear entre o passado e o futuro.
Gabriel García Márquez, por exemplo, trata o tempo em seu romance de 1967, “Cem Anos de Solidão”. Mudanças repentinas na narrativa e a onipresença de fantasmas e premonições deixam o leitor com a sensação de que os eventos passam por um ciclo infinito.
5. Configurações do mundo real
A saber, o realismo mágico não é sobre exploradores espaciais ou assistentes; “Star Wars” e “Harry Potter” não são exemplos dessa abordagem.
A magia do realismo mágico tem raízes profundas no real. Apesar dos eventos extraordinários em suas vidas, os personagens costumam ser pessoas comuns que vivem em lugares reconhecíveis.
6. Tom de fato
A característica mais característica do realismo mágico é a voz narrativa desapaixonada. Eventos bizarros são descritos de maneira improvisada. Os personagens não questionam as situações surreais em que se encontram.
E então, gostou de conhecer mais sobre o assunto?
Não deixe de ler também – Enem e Vestibular: Resumo sobre Realismo no Brasil
-
Participe de nosso Whatsapp e fique informado(a) em tempo real gratuitamente.