O real teve o terceiro melhor desempenho em relação ao dólar entre 101 moedas em fevereiro de 2022, segundo um levantamento da consultoria Austin Rating. De acordo com a consultoria, a moeda teve valorização de 4,2%, ficando atrás apenas do afegane, moeda do Afeganistão, que subiu 9,7%, e do kwanza, de Angola, que avançou 6,4%.
O movimento de fevereiro segue uma tendência de valorização da moeda brasileira iniciada em janeiro deste ano. No primeiro mês de 2022, o real foi a moeda com maior alta ante o dólar, segundo levantamento da Economatica. Com estes valores, o real teve o melhor desempenho entre os países do continente americano e dentre os Brics, grupo que também reúne a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul.
Economia na Guerra
Por volta das 14h16 desta sexta-feira (4), o Ibovespa caiu cerca de 1,25%, cotado a 113.730 pontos. Fator esse que reflete aumento de aversão a riscos dos investidores com um aumento de tensão na guerra entre Ucrânia e Rússia, ligada à usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhya.
Outra cotação também afetada por esse cenário foi o dólar que subiu 1,13%, a R$ 5,085, no mesmo horário. Um dos focos dos investidores no dia, o relatório Payroll de emprego, veio em linha com o esperado e reforça o anúncio do Federal Reserve de alta de 0,25 ponto percentual dos juros em março, com efeito reduzido no mercado devido à situação na Europa.
No Brasil, os investidores digerem o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, que veio acima das expectativas do mercado e fechou o ano com crescimento de 4,6%. Deste modo, o real tem sido favorecido por um fluxo de entrada de capital estrangeiro apoiado nos juros brasileiros altos, ativos na bolsa descontados e uma busca por mercados ligados a commodities em meio à alta dos preços desses produtos.
O fluxo de estrangeiros na B3, a bolsa brasileira, bateu recorde com a entrada de mais de R$ 60 bilhões. Levando em consideração que na quinta-feira (3), o dólar caiu 1,62%, cotado a R$ 5,026. Já o Ibovespa fechou estável, com leve queda de 0,01%, aos 115.165,55 pontos.
Tendência de valorização do real
De acordo com dados analisados pela Austin Rating, o movimento de fevereiro segue uma tendência de valorização do real iniciada em janeiro deste ano. No primeiro mês de 2022, o real foi a moeda com maior alta ante o dólar, segundo levantamento da Economatica.
Um dos principais motivos para essa valorização é a entrada de capital estrangeiro no Brasil, apoiada nos juros altos do país, ativos descontados na bolsa de valores e alta nos preços das commodities, com uma rotação de investimentos para países ligados a esse tipo de produto.
Já entre as maiores baixas, estão as moedas ligadas à guerra na Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro. O hryvnia ucraniano teve o pior desempenho no mês, caindo 6,6%, enquanto o rublo russo recuou 6,4%. Também envolvida no conflito, Belarus teve uma desvalorização de 5,9% em sua moeda. O que mostra um cenário de grande benefício para o real.