O que você estava fazendo no ano de 2017? Nesta época, o Banco Central (BC) estava produzindo e colocando em circulação uma peça que pode ser considerada valiosa por boa parte dos numismatas hoje em dia.
Estamos falando da moeda de 1 real do ano de 2017. Esta é uma peça que ainda possui valor monetário, e que pode ser encontrada por qualquer pessoa em um trocado no comércio, por exemplo.
Mas é preciso ter calma. Nem todas as moedas de 1 real do ano de 2017 podem ser consideradas valiosas. Para que a peça chame atenção e possa ser vendida por um bom dinheiro, é preciso que ela conte com uma característica específica conhecida no meio da numismática como reverso invertido.
As moedas de 2017
As moedas de 2017 fazem parte da chamada segunda família do Plano Real. Estas peças foram postas em circulação desde 1998 e fazem parte do nosso cotidiano até hoje.
Conhecidas por boa parte da população, os exemplares da 1 real da segunda família possuem uma série de características próprias. Para ajudar neste processo de identificação, listamos abaixo um grupo com as principais características indicadas previamente pelo BC:
- Material: cuproníquel+alpaca
- Diâmetro: 27,0 mm
- Massa: 7,84 g
- Espessura: 1,95 mm
- Bordo: serrilhado interm.
- Eixo: reverso moeda (EH) ?
- Circulação: de 01/07/1998 a atual
- Desenho do Anverso: Efígie da República à direita do núcleo prateado e transpassando para o anel dourado, constituindo elemento de segurança da moeda. No anel dourado, referência às raízes étnicas brasileiras, representada pelo grafismo encontrado em cerâmicas indígenas de origem marajoara, e a legenda Brasil.
- Desenho do Reverso: No anel dourado, grafismo indígena marajoara. No núcleo prateado, esfera sobreposta por uma faixa de júbilo, que, com a constelação do Cruzeiro do Sul, faz alusão ao Pavilhão Nacional, e os dísticos correspondentes ao valor facial e ao ano de cunhagem.
O Plano Real
O Plano Real foi um programa econômico iniciado em 27 de fevereiro de 1994, implementado ainda no governo do ex-presidente Itamar Franco. Entre outros pontos, o plano incluía a criação de uma nova moeda para o Brasil: o real.
Segundo economistas, o Plano Real foi a mais ampla medida econômica da história do Brasil. O principal objetivo do projeto era a controle da hiperinflação que assolava o país já há algumas décadas. Vários economistas colaboraram com o projeto, incluindo o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que viraria presidente em seguida.
Hoje, economistas concordam que o Plano Real cumpriu o seu objetivo e controlou a inflação do país, além de aumentar o poder de compra da população. Do ponto de vista da numismática, o Plano rendeu uma série de moedas raras, que seguem em circulação até hoje.
Os valores das moedas
Como dito, para que a moeda de 1 real da segunda família seja considerada valiosa, é preciso que ela conte com uma característica específica conhecida no meio da numismática como reverso invertido.
A boa notícia é que essa é uma característica que está presente não apenas nas peças de 2017, mas em uma série de exemplares de outros anos. Veja na imagem abaixo:
O que é uma moeda reverso invertido?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário saber que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.