De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil, em famílias em que os pais têm smartphone, quase metade (49%) das crianças têm seu próprio dispositivo. Produzida a pedido do site Mobile Time pela Opinion Box, empresa de soluções de pesquisas, a pesquisa ouviu 1,9 mil brasileiros que são pais de crianças de 0 a 12 anos.
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O índice apresentou um crescimento considerável, já que, no ano passado, estava em 44%. O maior crescimento deste índice está na faixa entre 7 e 9 anos, onde subiu de 52% para 59% a proporção de crianças com seu próprio smartphone. Outro dado mostra que caiu de 72% para 65% a proporção de pais que estipulam um limite máximo de tempo de uso por dia do smartphone aos filhos.
A necessidade de acessar as aulas online, provocadas pelo isolamento social da pandemia de covid-19, foi o motivo principal para o aumento na proporção de crianças brasileiras que possuem smartphone próprio, assim como um aumento no tempo de uso desse dispositivo por elas. A pesquisa concluiu que o smartphone é o principal dispositivo de acesso às aulas online entre estudantes da rede pública.
Nesse intervalo de tempo de um ano, caiu de 38% para 33% a proporção de crianças que pegam emprestado o smartphone do pai ou da mãe. Já o percentual que não tem dispositivo próprio e nem usa os dos pais ficou estável em 18%. Entre as crianças entre 10 a 12 anos, o percentual delas com smartphone passou de 76% para 79%.
Cresce o uso do smartphone para aulas online
O estudo é o principal motivo para que mais da metade (58%) dos pais deem um aparelho para as crianças. Isso acontece porque, em um ano, houve avanços importantes na oferta de aulas online nas escolas públicas, na participação dos estudantes nessas atividades escolares digitais e no uso do smartphone como meio de acesso às classes virtuais. Nas escolas públicas subiu de 69% para 83% a proporção de instituições que oferecem aulas online, quase se igualando às escolas privadas (87%).
Já o percentual de alunos de escolas públicas que assistem a todas as aulas online passou de 59% para 62%. Entre os alunos de escolas particulares subiu de 68% para 72%. Na rede privada, o computador continua sendo o principal meio de acesso às aulas online, usado por 74% das crianças, mas houve um aumento significativo do uso do smartphone para essa finalidade, passando de 48% para 57%.
Na rede pública, o principal meio de acesso é o smartphone. Isso já havia sido observado um ano atrás, mas de lá para cá a proporção que utiliza esse dispositivo para estudar subiu de 71% para 78%. Apenas 42% das crianças em escolas públicas acessam as aulas por um computador.
Pais mostram preocupação, mas ainda deixam filhos usarem smartphone
Além de estudar, 57% dos pais que deram um smartphone para o filho indicam que o fizeram para entreter a criança, enquanto 54% também apontam a comunicação com eles. Já entre os pais que emprestam seus smartphones aos filhos, a principal razão (57%) é entreter a criança enquanto realizam outras tarefas, enquanto 41% informam que emprestam o aparelho para que os filhos desenvolvam habilidades com tecnologia.
Para 66% dos pais cujos filhos não tem um dispositivo próprio, o prejuízo ao desenvolvimento das crianças é a principal razão para não se permitir o acesso delas a um smartphone. O risco de exposição a conteúdo inapropriado vem em segundo lugar (36%), seguido do risco à saúde (28%). E 21% dos pais dizem que não emprestam seu smartphone por medo que a criança o quebre.
No entanto, durante a pandemia, os pais brasileiros ficaram mais permissivos no controle do tempo que seus filhos passam com o smartphone. Em um ano, caiu de 72% para 65% a proporção de pais que estipulam um limite máximo de tempo de uso por dia para as crianças. E quanto mais velha a criança, mais tempo ela passa por dia com o smartphone. Mais da metade (59%) dos pais reconhecem que seus filhos passam mais tempo do que deveriam usando smartphones.
Por ouvir proporções geográficas, renda, gênero e idade de abrangência nacional, a pesquisa tem validade estatística e apresenta margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.