A pesquisa do Boletim Focus é realizada todas as semanas pelo Banco Central do Brasil. De acordo com a última estimativa da projeção da inflação do BC, o apontamento mostrou que a meta de inflação que inicialmente era de 5% para 2022, neste momento já sobe para 6,45%, considerando que a última projeção já estava em 5,65%, acima da meta.
Essa mediana das expectativas do IPCA, considerando o índice de inflação oficial do Brasil, teve um avanço pela nona semana consecutiva que foi registrada no Boletim Focus, avançando desta vez para 6,45%.
A forte alta, ao que tudo indica, ocorreu após o recente aumento da Petrobras e que definiu um reajuste da gasolina em mais de 18% e o diesel de 25% desde a última sexta-feira (11). Após isso, a projeção do mercado para a meta da inflação está subindo, já ficando bem longe dos 3,5% iniciais do BC e dos 5% apontados na última reunião do COPOM.
Essa pesquisa é coletada todas as semanas pelo Banco Central e desta vez mais de 100 instituições financeiras estiveram presentes e a maioria delas também apontaram para um provável aumento da Selic na reunião do COPOM que irá acontecer nesta próxima quarta-feira (16).
O possível aumento da taxa básica da economia brasileira agora aponta para um salto de 12,25% para 12,75% e uma alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,42% para 0,49%. Por fim, os economistas também apontaram para um dólar mais barato até dezembro. A primeira expectativa era de um dólar em R$ 5,45 e agora é apontado em R$ 5,30.
O mercado também reajustou a sua previsão para cima em relação à inflação e também da taxa Selic para 2023 e 2024. Ainda assim, a expectativa é que a taxa Selic desça para 7,50% até 2024. As instituições consultadas também acreditam em uma menor alta do PIB para 2023, saindo de 1,50% para 1,43%.
Também houve um pequeno reajuste para o preço do dólar em consideração aos próximos anos. Se até dezembro de 2022 a expectativa é de um dólar de 5,30, com um dólar a 5,21 em 2023 e em 2024 a R$ 5,20.
O objetivo a ser perseguido pelo Banco Central nos próximos dois anos é de que a inflação se mantenha ainda em 2022 no patamar de 3,5%, acreditando nessa possibilidade mesmo após a última projeção de alta do Boletim Focus.
E caso o Banco Central não consiga atingir a meta de inflação, conforme o que o próprio mercado está cogitando, 2021 será o segundo ano seguido em que a projeção do IPCA não irá se concretizar. No último ano, a inflação tomou conta e voltou ao patamar de dois dígitos após 5 anos.