Após meses de negociações, representantes de motoristas de aplicativos de transporte, como 99 e Uber, e do governo federal chegaram a um acordo para regulamentar a categoria.
O acordo foi anunciado nesta terça-feira (12), após uma reunião do Grupo de Trabalho dos Aplicativos (GTA), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O acordo prevê, entre outras coisas, a contribuição dos motoristas à Previdência Social, o direito a férias remuneradas e o acesso a seguro de vida. O texto ainda precisa ser aprovado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o texto do acordo, os motoristas de aplicativos serão enquadrados como trabalhadores autônomos, mas terão direito a alguns benefícios trabalhistas.
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Popularização dos motoristas de aplicativos no Brasil
Os motoristas de aplicativos surgiram no Brasil no início de 2010, com a implementação de empresas como Uber e 99. Esses profissionais oferecem serviços de transporte de passageiros e de entrega de alimentos e outros produtos por meio de aplicativos de celular.
O início da categoria foi marcado por uma série de desafios, como a falta de regulamentação e a resistência de taxistas e outros profissionais do setor de transporte.
Entretanto, os motoristas de aplicativos rapidamente se tornaram uma opção popular para os consumidores, devido à sua praticidade e economia.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, existem cerca de 2 milhões de motoristas de aplicativos no Brasil. A maioria desses profissionais é composta por homens, com idade média de 35 anos.
Os profissionais que atuam nesse segmento são trabalhadores autônomos, ou seja, não são empregados das empresas que operam os aplicativos. Isso significa que eles são responsáveis por seus próprios custos, como combustível, manutenção do veículo e seguro.
Apesar do crescimento da categoria, os motoristas de aplicativos ainda enfrentam uma série de desafios.
Um dos principais desafios é a falta de regulamentação. A ausência de regras claras sobre a atividade prejudica os motoristas, que podem ser explorados pelas empresas que operam os aplicativos. Porém, novas regras foram implementadas para fornecer um aparo legal para os profissionais.
Definições sobre a profissionalização da categoria
De acordo com o texto que foi anunciado nesta terça-feira (12), após uma reunião do Grupo de Trabalho dos Aplicativos (GTA), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os motoristas de aplicativos serão enquadrados como trabalhadores autônomos, mas terão direito a alguns benefícios trabalhistas, como:
- Contribuição à Previdência Social, no percentual de 11% sobre o valor do salário mínimo;
- Férias remuneradas de 30 dias após 12 meses de trabalho;
- Acesso a seguro de vida e de acidentes de trabalho;
- Garantia de não discriminação por raça, gênero, orientação sexual, religião ou qualquer outra condição.
Dessa forma o acordo foi recebido com satisfação por representantes de motoristas de aplicativos. A Associação Brasileira de Motoristas de Aplicativos (Abraapp) afirmou que o texto “representa um avanço significativo para a categoria”.
O governo federal também comemorou o acordo. Assim, dentro desse contexto, o secretário nacional de Economia Solidária do MTE, Gilberto Carvalho, afirmou que o texto “é fruto de um diálogo amplo e democrático”.
Enfim, o texto do acordo ainda precisa ser aprovado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Após a aprovação, o texto será publicado no Diário Oficial da União e entrará em vigor.
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Importância da regulamentação da profissão de motorista de aplicativos
A regulamentação da categoria é um importante passo para garantir os direitos dos motoristas de aplicativos. No entanto, ainda existem desafios a serem superados, como a definição de um piso salarial e a proteção dos motoristas contra abusos das empresas que operam os aplicativos.
O mercado de aplicativos de transporte é bastante competitivo, o que pode levar a uma redução dos preços e a um aumento da jornada de trabalho dos motoristas.
Além disso, os motoristas de aplicativos também são vulneráveis a acidentes de trânsito e a outros problemas. Por isso, é importante que eles tenham acesso a seguros e a outros benefícios trabalhistas.
Em resumo apesar dos desafios, esse mercado é uma categoria promissora. A tendência é que a demanda por serviços de transporte e entrega aumente nos próximos anos, o que pode gerar novas oportunidades de trabalho para os motoristas.
Além disso, a regulamentação da categoria pode ajudar a garantir os direitos dos motoristas e a melhorar as condições de trabalho. Com isso, os motoristas de aplicativos podem se tornar uma categoria profissional mais estável e segura.