Durante o isolamento social a professora da sala de leitura, Ana Luiza Cordeiro, da escola estadual Helen Keller, em Adamantina, São Paulo, criou o hábito de ler na calçada para finalizar o dia. Após uma conversa com os filhos, Ana decidiu colocar seus livros em uma árvore na frente da casa onde mora para que os vizinhos pudessem retirá-los.
Com ajuda dos filhos Lorenzo e Sofia, ela recolheu livros que estavam guardados e decidiu divulgar a ação com cartazes espalhados pelas ruas, postes e pequenos estabelecimentos da região. Alguns vizinhos começaram a participar doando exemplares e retirando outros para seus filhos e netos. Não havia necessidade de devolução, mas a ideia é que eles fossem repassados para outras pessoas, familiares ou amigos.
Ana fez a divulgação no Facebook e recebeu livros de professoras e vizinhos. Ao perceber a enorme proporção que a iniciativa tomou, resolveu expandir o projeto para a praça Parque dos Pioneiros, pendurou os livros em uma amoreira e batizou o projeto de “Se tem pra doar, é só pendurar.”
Os livros são recebidos e imediatamente higienizados com álcool em gel e separados por categoria, tipo, idade e gênero literário.
Planos de expandir o projeto
Segundo a idealizadora, a iniciativa foi criada para retomar o hábito da leitura nas famílias, proporcionar momentos prazerosos, desenvolver o diálogo familiar através da retirada do livro e estimular o olhar de empatia a todos.
Ana percebeu que muitas crianças leitoras precisavam de um incentivo maior. “O que mais me alegra é que eu comecei com essa ideia e os pais e responsáveis pelos alunos estão dando continuidade”, diz a professora.
O objetivo agora é levar essa iniciativa para os bairros em que seus alunos estudam e moram, para atingir cada vez mais pessoas.
Já foram doados mais de 50 livros. Para dar continuidade ao projeto, a professora pede em redes sociais a colaboração de todos.