A produção industrial brasileira voltou a crescer em maio deste ano, após recuar no mês anterior. O avanço de 0,3% registrado em maio foi apenas o segundo de 2023, visto que a indústria só havia crescido em março (1,1%).
O resultado de maio foi positivo, mesmo que tenha sido tímido, pois a indústria figura como um dos principais setores econômicos do país. Assim, quanto mais altas o setor registrar, mais forte estará a atividade econômica brasileira.
Em resumo, a atividade industrial está 1,5% abaixo do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Isso mostra que as perdas provocadas pela crise sanitária na indústria brasileira ainda não foram recuperadas, apesar do avanço mensal.
Além disso, a produção industrial brasileira está 18,1% abaixo do patamar recorde registrado em maio de 2011. Em abril, a diferença era de 18,5%, o que reflete a melhora do setor em maio.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente.
Alta da indústria fica disseminada
De acordo com a PMI, 19 dos 25 ramos industriais registraram resultados negativos em maio. Da mesma forma, três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE também fecharam o mês em queda, na comparação com abril.
Em maio, os setores que exerceram os principais impactos negativos na produção industrial brasileira foram:
- Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: 7,7;
- Veículos automotores, reboques e carrocerias: 7,4%;
- Máquinas e equipamentos: 12,3%
A atividade de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi responsável pelo maior impacto positivo na indústria brasileira em maio. Em suma, esta foi a quarta alta consecutiva na produção do setor, que acumulou um forte ganho de 15,0% no período.
A segunda maior influência veio do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias. O resultado sucedeu dois meses de queda, período em que o setor acumulou perda de 2,6%.
Por sua vez, o terceiro maior impacto positivo veio da atividade de máquinas e equipamentos, cuja avanço eliminou parte da forte queda de 11,7% registrado em abril.
Produção industrial acumula queda de 0,4% em 2023. (Imagem: Pixabay).
Atividade industrial cresce em dez locais
A produção industrial do país cresceu em maio devido à alta registrada em dez dos 15 locais pesquisados. Em suma, os avanços disseminados impulsionaram a taxa nacional no mês.
Confira quais locais que tiveram os maiores recuos percentuais em maio:
- Amazonas: 12,8%;
- Pernambuco: 5,6%;
- Paraná: 5,3%;
- Mato Grosso: 3,2%;
- São Paulo: 2,9%.
“O bom desempenho da indústria amazonense em maio se deve a alguns setores bastante importantes para a atividade industrial no estado, como o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, de equipamentos de transporte e de bebidas”, explicou Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
A alta da indústria amazonense em maio foi a mais expressiva desde dezembro de 2021 (13,7%). Aliás, o avanço eliminou boa parte da forte queda de 15,7% registrada em abril. Embora o Amazonas tenha registrado a maior variação percentual, o estado exerceu o segundo maior impacto na indústria nacional em maio, atrás de São Paulo.
No caso de Pernambuco, que teve a segunda maior alta percentual, “Os setores de veículos automotores e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos foram as principais razões para o resultado”, avaliou Almeida.
A saber, o resultado de maio eliminou a perda de 3,3% registrada pelo estado em abril.
Do lado das quedas, os únicos locais a registrarem taxas negativas em maio foram:
- Santa Catarina: -2,7%;
- Bahia: -2,4%;
- Rio de Janeiro: -1,5%;
- Rio Grande do Sul: -0,1%.
Indústria nacional está negativa em 2023
Com o acréscimo do avanço mensal, a produção industrial reduziu as perdas acumuladas no ano. O resultado acumulado entre janeiro e maio de 2023 ficou 0,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Nessa base comparativa, as maiores quedas vieram de Rio Grande do Sul (-6,4%), Santa Catarina (-4,5%), Ceará (-4,4%), Região Nordeste (-4,0%) e Bahia (-3,7%).
Aliás, apenas sete dos 18 locais pesquisados acumularam taxas positivas no ano: Amazonas (10,4%), Minas Gerais (6,2%), Pará (5,2%), Rio de Janeiro (2,8%), Mato Grosso do Sul (1,6%), Rio Grande do Norte (1,3%) Paraná (0,7%).
Já no acumulado dos últimos 12 meses até maio, a produção industrial se manteve estável no Brasil. Em resumo, dez locais tiveram resultados negativos, com destaque para Espírito Santo (-9,5%), Ceará (-5,3%), Pernambuco (-4,8%) e Santa Catarina (-3,9%).
Em contrapartida, os únicos avanços vieram de: Mato Grosso (8,5%), Amazonas (7,1%), Rio de Janeiro (3,7%), Minas Gerais (2,3%) e São Paulo (0,6%).
Por fim, a PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970, segundo o IBGE. Em síntese, o levantamento analista o comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.
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