A primeira pessoa vacinada na Bahia, a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, 53 anos, pegou Covid-19 antes de tomar a segunda dose da CoronaVac. Ela apresenta quadro clínico estável e está internada no Instituto Couto Maia, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas, em Salvador.
A diretora-geral do Couto Maia, a médica infectologista Ceuci Nunes explicou ao portal G1 como é possível uma pessoa vacinada contrair Covid-19 após a primeira dose.
“O que aconteceu com Angélica é que ela pegou a doença após a primeira dose, mas antes da segunda dose. Ela ia tomar a segunda dose no dia 16 e, entre 12 e13, começou a sentir um mal-estar. Ela está bem, está usando pouco oxigênio, mas quando se movimenta fica um pouquinho desconfortável, por isso ela está sendo mantida ainda no hospital.”, disse Ceuci.
Segundo a médica, a imunização contra Covid-19 ocorre somente 20 dias após a segunda dose da vacina. Durante essa ‘janela imunológica’ o organismo produz os anticorpos do imunizante.
“Não é à toa que a vacina são duas doses. Todas as vacinas, até o momento, a exigência é de duas doses. Exatamente porque na segunda dose se faz um reforço, aumenta a proteção. Claro que algumas pessoas já vão ter a proteção após a primeira dose, mas essa proteção pode não ser suficiente e a segunda dose é necessária.”, explica Ceuci.
“Geralmente [a janela imunológica é de] no mínimo 15 dias. Para a vacina de Covid, a gente está falando de 20 dias depois da segunda dose, para você considerar que tem proteção”, completa a médica infectologista
Vacinados devem manter medidas contra Covid-19
Mesmo vacinada contra Covid-19, uma pessoa é capaz de transmitir o coronavírus, o que reforça a necessidade de manter “as medidas de proteção, de distanciamento e uso de máscara, até que a gente tenha 60 a 70% da população vacinada”, diz a médica Ceuci Nunes.
Apesar do caso de infecção após a primeira dose registrado na Bahia, Ceuci reforça a necessidade da vacinação em massa para controlar a pandemia de Covid-19.
“A única saída possível dessa pandemia é a gente utilizar a vacina. E não é porque uma pessoa teve após a primeira dose – claro que é uma pessoa que chamou atenção porque foi a primeira baiana a ser vacinada – que um número enorme de pessoas vai ter. Os casos são esporádicos, de pessoas que têm a doença mesmo após a primeira dose, que já dá um pouco de proteção”.