Apesar de o mercado esperar um crescimento neste ano de 5,3%, a alta da inflação no Brasil é quase iminente e pode terminar o ano em 6,88%, sem dar uma trégua como tanto se espera no setor financeiro. A nova expectativa dos analistas supera a previsão anterior que era de 6,79%.
Já existem previsões do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2022, onde se espera uma inflação um pouco menor, de 3,84% no acumulado do ano. Os dados foram analisados pelo Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (9). O documento reuniu a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro.
O que explica o avanço das previsões?
Mesmo com o BC preocupado em conter o aumento dos preços, principalmente de produtos em alimentos e que fez com que a entidade financeira eleva-se novamente a taxa de juros na última semana para 5,25% ao ano. O mercado financeiro segue pouco confiante, entendendo que a taxa de juros deve ficar entre 7 e 7,25% até o final do ano.
Existe uma meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), onde o IPCA não deveria ultrapassar de 5,25% ao ano. O centro da meta é fixar a inflação em 3,75% ao ano, porém pode existir uma margem de tolerância de 1,50% tanto para cima ou para baixo, porém essa taxa de inflação está quase sendo ultrapassada.
O mercado financeiro fez algumas previsões positivas após ressaltar que aconteceram mudanças significativas na economia, como a retomada dos empregos. Outra previsão que aumentou de forma negativa recentemente é a previsão do Banco Citi para o dólar, que é de R$ 5,32 no fim do ano.
Inflação do Brasil é a que mais avança entre os países do G20
O Brasil foi o país que registrou o maior avanço da inflação entre os países que figuram no G20. Na inflação acumulada anual, o Brasil só fica atrás da Argentina com 48,8% e a Turquia em seguida, com 16,6%. Porém, isso talvez não seja um ponto tão negativo, pois dos 20 países do grupo apenas 4 deles não registraram um aumento da inflação no último ano.
Alguns países decidiram subir as suas taxas de juros recentemente, como o Brasil e Turquia, outros baixaram como o México. A Argentina chama bastante a atenção por ter a taxa básica de juros mais alta do país, em 38% anual desde maio de 2020. É natural um aumento de preços em um momento econômico que ainda é atípico e parte da inflação é resultado do desequilíbrio da economia.
No Brasil, o avanço da inflação é negativo para todos os consumidores. Sobem os preços dos aluguéis e principalmente das cestas básicas. Nas principais capitais do país, como Porto Alegre e São Paulo, o preço da cesta básica já ultrapassa metade do salário mínimo. Produtos como carne e leite aos poucos vão sendo reduzidos da mesa dos brasileiros, o que reflete uma agravante queda no poder de compra.