O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,76% em fevereiro deste ano. Na comparação com o mês anterior, o indicador acelerou, visto que sua variação havia sido de 0,55% em janeiro. Aliás, este índice é considerado a prévia da inflação oficial do Brasil.
Em resumo, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”, segundo o IBGE.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (24). E o resultado veio levemente acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma inflação de 0,72% em janeiro.
Com o acréscimo deste resultado, a variação acumulada pelo IPCA-15 nos últimos 12 meses desacelerou de 5,87% para 5,63%. Embora tenha recuado, a taxa segue acima da meta central definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 3,25%. No entanto, vale destacar que a taxa poderá desacelerar ainda mais ao longo do ano.
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços em fevereiro, impulsionando a prévia da inflação no mês. Isso mostra que o aumento dos preços ficou bastante disseminado no primeiro mês de 2023.
Confira abaixo a variação registradas pelos grupos pesquisados pelo IBGE:
De acordo com o IBGE, a única exceção foi o grupo vestuário, cujos preços caíram 0,05% em relação a janeiro. Embora tenha sido um recuo, os brasileiros não devem ter percebido a diferença, uma vez que a queda da inflação foi bem leve.
Em suma, os preços do grupo educação dispararam no país em fevereiro, principalmente por causa da forte alta de 7,64% registradas por cursos regulares. Isso aconteceu devido aos reajustes praticados no início do ano letivo no país.
Aliás, o grupo educação exerceu a maior influência na prévia da inflação, contribuindo com 0,36 ponto percentual (p.p.) com a variação do IPCA-15 em fevereiro. Em seguida, ficaram habitação (0,10 p.p.), alimentação e bebidas (0,08 p.p.), saúde e cuidados pessoais (0,07 p.p.) e despesas pessoais (0,06 p.p.).
Em síntese, cada grupo possui um peso diferente na composição do IPCA-15. Isso porque eles impactam de maneiras diferentes a renda das famílias, ou seja, a variação da inflação também se baseia nesse fator. Por isso que nem sempre os grupos com as maiores altas exercem os maiores impactos na prévia da inflação.
Em fevereiro, o indicador se manteve em patamar bastante mais elevado que o do mês anterior. Segundo o IBGE, todos os locais pesquisados registraram aumento no preço dos produtos e serviços, assim como em janeiro. Isso quer dizer que os brasileiros tiveram que gastar mais para adquirir itens ou contratar serviços neste mês.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
“A maior variação foi registrada em Salvador (1,19%), influenciada pelas altas dos cursos regulares (7,84%), da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Goiânia (0,41%), onde pesaram as quedas de 3,07% da gasolina e de 2,49% da energia elétrica.”, explicou o IBGE.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas em todos os locais pesquisados:
Vale destacar que o grupo habitação acelerou em relação a janeiro (0,17%) devido às altas em aluguel residencial (0,89%) e condomínio (0,62%). Da mesma forma, a taxa de água e esgoto também subiu no mês (1,32%) por causa de reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.
Já no grupo alimentação e bebidas, que exerceu o terceiro maior impacto na prévia da inflação de fevereiro, o destaque ficou com a alta de 0,38% nos preços dos alimentos para consumo no domicílio.
Em síntese, os itens que impulsionaram esse avanço foram cenoura (24,25%), hortaliças e verduras (8,71%), leite longa vida (3,63%), arroz (2,75%) e frutas (2,33%).
Por outro lado, cebola (-19,11%), tomate (-4,56%), frango em pedaços (-1,98%) e carnes (-0,87%) registraram quedas firmes em seus preços, limitando a variação do grupo no mês.