Presidente de CPI diz que 123Milhas deu golpe de pirâmide financeira

Presidente de CPI diz que 123Milhas deu golpe de pirâmide financeira

Presidente da CPI das criptomoedas disse estar convicto na ideia de que a 123Milhas deu um golpe de pirâmide financeira

A crise envolvendo o cancelamento de pacotes de viagens na 123Milhas segue gerando desdobramentos. Uma das frentes de investigação está ocorrendo dentro do Congresso Nacional através da CPI das criptomoedas. Nesta semana, o presidente da Comissão, o deputado federal Aureo Ribeiro, disse que acredita que a empresa deu um golpe nos seus clientes.

“A gente acredita que aquilo ali é um golpe feito pela empresa. É o modelo de pirâmide financeira. Começou a trazer o recurso do esquema deles para comprar e pagar o furo que tinha. Mas chegou a um determinado momento que não deu. Isso explodiu. É o que temos visto acontecer direto com diversas empresas no Brasil. Tem alguma coisa errada nisso. Vamos aprofundar as investigações”, disse Ribeiro em entrevista ao portal Metrópoles.

O esquema de pirâmide financeira é considerado um crime na legislação brasileira. Trata-se de um sistema em que um determinado ator promete um negocio com lucros irreais e não detalha os riscos reais do investimento aos seus clientes. Sem saber destes riscos, muitos acabam caindo nos golpes e perdendo quantias milionárias em dinheiro.

O caso da 123Milhas

Toda a polêmica envolvendo a 123Milhas começou a ser revelada há pouco menos de um mês. A empresa lançou um comunicado afirmando que cancelou milhares de passagens aéreas aplicadas no Pacoto Promo, que oferecia preços de viagens mais baratos do que a média praticada no mercado.

A empresa anunciou já naquele momento que o dinheiro seria devolvido para os consumidores lesados, mas apenas na forma de voucher. Assim, o cidadão prejudicado só poderia usar a quantia para comprar novos pacotes ou produtos dentro do próprio site da 123Milhas.

Rapidamente várias frentes de investigação começaram a se mover para entender o que estava acontecendo. De antemão, o Ministério da Justiça, que responde pela atuação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), disse que a empresa tinha a obrigação de devolver o dinheiro em espécie para os consumidores que fizessem a exigência.

“A 123milhas tem que oferecer opção, inclusive de dinheiro. Ela não pode impor voucher, muito menos exclusivamente. Se as pessoas preferirem voucher, tudo bem, mas ela tem que oferecer a possibilidade de ressarcimento integral em dinheiro”, afirmou o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, entrevista ao portal Uol.

O Ministério da Justiça vem indicando que os consumidores lesados precisam registrar a reclamação de maneira oficial em uma sede do Procon mais próxima do seu endereço.

Presidente de CPI diz que 123Milhas deu golpe de pirâmide financeira
Ministério da Justiça está investigando 123Milhas. Imagem: Lula Marques/ Agência Brasil

Convocação para CPI

É justamente em um contexto de múltiplas investigações que a CPI está tentando convocar os proprietários da 123Milhas para prestar esclarecimentos dentro da Comissão Parlamentar de Inquérito. Em duas oportunidades, os irmãos Ramiro e Augusto Julio Soares Madureira, não compareceram.

Após pedido do presidente da CPI, a Justiça autorizou a condução coercitiva dos donos da agência de viagens caso eles faltem pela terceira vez.

“Foi a medida necessária pelo momento que estamos vivendo. Eles estavam se recusando a ir, a cada hora apresentam uma justificativa que não é legal. Eles não foram convidados, mas convocados a comparecer à Câmara. São obrigados a ir. O STF foi claro ao negar o pedido deles. Não tem mais para onde recorrer. Tudo o que pediram à Justiça, eles perderam”, disse Ribeiro.

“Eles passaram uma mensagem muito ruim para a CPI e para a sociedade. Na quarta-feira (6), vai ser a primeira vez que os donos da empresa vão se pronunciar publicamente. Até agora só se manifestaram por meio de nota e sem muita clareza. É importante para a sociedade. Vamos ter os instrumentos necessários para aprofundar uma investigação na CPI, para esclarecer o que aconteceu. Temos todos os instrumentos necessários para descobrir como ela aplicou esse transtorno e não deixar a população continuar sendo lesada”, completou ele na entrevista ao portal Metrópoles.

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