Os brasileiros que moram de aluguel receberam uma péssima notícia nesta semana. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais subiu 4,34% em janeiro, na comparação com dezembro de 2023.
O avanço sucede uma queda de 1,16% observada no último mês do ano passado. Aliás, os preços tiveram uma variação tão expressiva por causa da base comparativa, que estava mais fraca devido ao decréscimo registrado em dezembro.
Com o resultado de janeiro, o IVAR passou a acumular uma alta de 7,60% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou levemente acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até dezembro, de 7,46%, ou seja, os preços do aluguel continuam elevados no país, mas a variação na base anual não disparou, apesar do forte avanço mensal.
Por falar nisso, a variação observada em dezembro não conseguiu aproximar a taxa do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação bem superior à registrada em 12 meses até janeiro deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na última quarta-feira (7).
Preço do aluguel dispara em Porto Alegre
Em suma, a alta do IVAR em janeiro ocorreu principalmente por causa da disparada dos preços em Porto Alegre. Além disso, outros dois locais apresentaram elevação em seus preços, enquanto os valores caíram em apenas uma das cidades pesquisadas pelo FGV IBRE. Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Porto Alegre: 9,86%;
- São Paulo: 3,66%;
- Rio de Janeiro: 1,29%;
- Belo Horizonte: -0,16%.
A título de comparação, os preços haviam caído em três dos quatro locais em dezembro do ano passado. Naquele mês, a única variação positiva foi registrada no Belo Horizonte (0,68%). Contudo, dessa vez, a capital mineira apresentou a única queda do mês, caindo da primeira para a última posição.
Segundo os dados, o grande destaque foi Porto Alegre, que havia registrado queda de 0,10% dos preços em dezembro. Já em janeiro, a trajetória reverteu o movimento e disparou quase 10%, dificultando a vida das pessoas que alugaram imóveis residenciais na capital gaúcha no período.
Assim, Porto Alegre apresentou a maior variação de preços entre os meses, de 9,96 pontos percentuais. As variações das demais cidades foram as seguintes: São Paulo (5,28 p.p.), Rio de Janeiro (4,59 p.p.) e Belo Horizonte (0,84 p.p.).
Veja a variação dos preços acumulada em 12 meses
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que o resultado ficou mais próximo da variação registrada na capital paulista, apesar da forte alta registrada em Porto Alegre.
Com o acréscimo das variações observadas em janeiro, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (11,53% para 10,55%);
- Rio de Janeiro (8,27% para 8,10%);
- Porto Alegre (7,73% para 7,44%);
- São Paulo (4,89% para 5,73%).
Em janeiro não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com Porto Alegre, apesar do forte avanço mensal.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.