O preço médio da gasolina caiu pela 10ª semana consecutiva no país, para alegria dos motoristas. O combustível vem registrando valores cada vez menores desde o final de agosto, aliviando um pouco o orçamento dos consumidores do país.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional da gasolina caiu 0,70%, passando de R$ 5,69 para R$ 5,65 no país. Esse é o menor patamar desde a semana encerrada em 19 de agosto, quando o preço do litro da gasolina também estava custando R$ 5,65.
Embora o recuo tenha sido de apenas quatro centavos, o resultado foi comemorado pelos brasileiros, ainda mais por ter sido a décima queda seguida nos valores do combustível. Contudo, todos esses recuos ainda não conseguiram eliminar a alta acumulada nas semanas anteriores.
A saber, o combustível acumulou uma queda de 23 centavos nas dez semanas de queda. Com isso, eliminou a maior parte do avanço acumulado nas três semanas anteriores, de 36 centavos, mas não o avanço por completo.
Petrobras reduz gasolina para distribuidoras
A queda no preço da gasolina ficou mais intensa nas duas últimas semanas graças à redução de 12 centavos promovida pela Petrobras no valor do litro do combustível comercializado para as distribuidoras.
A saber, o litro da gasolina caiu de R$ 2,93 para R$ 2,81 no último dia 21 de outubro, e os postos de combustíveis já repassaram o reajuste para o consumidor, ao menos boa parte dele.
No entanto, os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
A propósito, a Petrobras responde por menos de 40% do preço final da gasolina vendida nas bombas do país. Confira abaixo quais são as variáveis que definem o valor do combustível nos postos:
- Parcela da Petrobras: 37,2%;
- Impostos estaduais: 21,2%;
- Distribuição e revenda: 18,2%;
- Impostos federais: 12,0%;
- Custo do etanol anidro: 11,5%.
Impostos encareceram a gasolina em 2023
Em resumo, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. Em suma, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
Veja os Estados com os maiores preços do país
Na semana passada, o preço da gasolina caiu em todas as regiões brasileiras, com os recuos variando entre sete e dois centavos. O maior valor continuou sendo observado no Norte (R$ 6,10 por litro), enquanto o preço mais acessível foi registrado no Centro-Oeste (R$ 5,51).
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 22 das 27 unidades federativas (UFs). Os grandes destaques da semana foram Goiás (-13 centavos) e Ceará (-11 centavos). Os demais recuos oscilaram entre um e nove centavos.
Na semana passada, o valor médio da gasolina subiu apenas em Alagoas, Amapá, Mato Grosso e Rondônia, que tiveram altas entre um e três centavos. Já em Roraima, os preços se mantiveram estáveis, assim como ocorreu na semana anterior.
Após essas oscilações, os estados que comercializaram a gasolina com os preços médios mais altos do país foram:
- Acre: R$ 6,75;
- Amazonas: R$ 6,48;
- Rondônia: R$ 6,47;
- Sergipe: R$ 6,09.
Em síntese, estes foram os únicos locais a apresentarem preços superiores a R$ 6,00. Isso quer dizer que os motoristas destes locais sofreram com os valores mais elevados do país, por isso, tiveram que pagar mais caro para abastecerem seus veículos com gasolina.
Por fim, vale destacar que a ANP coleta os preços praticados em milhares de combustíveis em todo o país desde 2004 e divulga semanalmente os preços médios da gasolina, do etanol e do diesel em cada região brasileira, bem como em cada estado e sua respectiva capital.