O preço da gasolina caiu pela segunda semana consecutiva, após três avanços que pressionaram o orçamento dos motoristas do país. De acordo com o levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor do combustível caiu 0,17% nas bombas.
Com isso, o preço médio da gasolina caiu de R$ 5,87 para R$ 5,86. Aliás, na semana anterior, o recuo também foi de um centavo, ou seja, ambas as quedas não conseguiram aliviar o orçamento das famílias que precisam abastecer o tanque de combustível dos seus veículos.
Vale ressaltar que, apesar das duas quedas, os valores seguem muito elevados no país, para tristeza dos motoristas. A propósito, a ANP coleta os preços praticados em milhares de combustíveis em todo o país desde 2004 e divulga os preços médios da gasolina, do etanol e do diesel.
O que vem impactando a gasolina no país?
No dia 16 de agosto, a Petrobras elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras do país. Esse foi o primeiro aumento no valor da gasolina em quase sete meses, visto que a última vez que a companhia havia elevado o valor do combustível foi no dia 25 de janeiro deste ano.
Em resumo, a Petrobras promoveu outros quatro reajustes entre o final de janeiro e o início de agosto, mas todos reduziram o valor da gasolina. Inclusive, mesmo com o acréscimo do mais recente reajuste da companhia, a gasolina vendida para as distribuidoras do país segue mais barata que em 2022.
No final do ano passado, o litro do combustível estava custando R$ 3,08. Já em agosto deste ano, o reajuste da Petrobras fez o litro do combustível subir de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos, mas ainda abaixo do valor de dezembro de 2022.
Cabe salienta que o valor é duas vezes menor que o preço médio encontrado nas bombas do país (R$ 5,86) e reflete o quanto os motoristas precisam gastar para abastecer seus veículos com o combustível.
Por que consumidores pagam mais caro?
O valor da gasolina vendida para as distribuidoras é bem menor que os preços encontrados nas bombas. Em síntese, isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
Além disso, vale destacar que a gasolina vendida nas bombas têm uma mistura obrigatória com etanol. Assim, o combustível possui as seguintes porcentagens: 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. A Petrobras esclarece que a parcela da companhia no preço repassado ao consumidor é de R$ 2,14, em média, após a elevação promovida em agosto.
Impostos encarecem gasolina em 2023
Embora a Petrobras esteja vendendo a gasolina mais barata do que no final de 2022, o valor de revenda para os consumidores está bem mais elevado nas bombas devido aos impostos cobrados sobre os combustíveis.
Em resumo, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. A saber, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
A título de comparação, o preço médio nacional da gasolina era de R$ 4,96 na última semana de 2022. Portanto, o combustível está 18,1% mais caro neste ano, o que corresponde a 90 centavos, apesar de a Petrobras estar vendendo o combustível a preços um pouco menores que o do ano passado.
Veja os maiores e menores preços da semana
Na semana passada, o preço da gasolina caiu em duas regiões brasileiras: Nordeste (três centavos) e Sul (um centavo). Em contrapartida, o combustível ficou um centavo mais caro no Norte, enquanto se manteve estável no Centro-Oeste e no Sudeste.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 16 das 27 unidades federativas (UFs), com destaque para Piauí e Rio Grande do Norte, onde o combustível ficou dez e oito centavos mais barato, respectivamente. As demais quedas variaram entre um e seis centavos.
Por outro lado, os preços subiram em seis UFs, com destaque para o Mato Grosso, onde o combustível ficou 11 centavos mais caro. Em outros cinco locais, os valores se mantiveram estáveis em relação à semana anterior.
Confira abaixo os preços médios mais altos da gasolina na semana passada:
- Acre: R$ 6,75;
- Amazonas: R$ 6,60;
- Rondônia: R$ 6,53;
- Rio Grande do Norte: R$ 6,24;
- Ceará: R$ 6,29;
- Sergipe: R$ 6,28;
- Tocantins: R$ 6,28;
- Bahia: R$ 6,10;
- Paraná: R$ 6,01.
Estes foram os únicos locais onde os valores médios do combustível ultrapassaram a marca de R$ 6,00. Em suma, os maiores preços foram registrados em estados do Norte e Nordeste, únicas regiões brasileiras cujos valores médios também superaram essa marca.
Por outro lado, os menores valores foram encontrados nos seguintes estados:
- Mato Grosso do Sul: R$ 5,58;
- São Paulo: R$ 5,63;
- Minas Gerais: R$ 5,64;
- Amapá: R$ 5,67;
- Goiás: R$ 5,72;
- Maranhão: R$ 5,73;
- Rio de Janeiro: R$ 5,74;
- Piauí: R$ 5,79;
- Rio Grande do Sul: R$ 5,77.