Na última segunda-feira (7) o Banco Central informou os dados da poupança referente ao mês de outubro de 2022. De acordo com o BC, os saques superaram R$ 11 bilhões os depósitos durante todo o mês.
Segundo os dados informados, a poupança obteve o total de R$ 302 bilhões de depósitos ao longo do mês de outubro. Por outro lado, os saques somaram R$ 313 bilhões. Assim, o resultado final foi um déficit de R$ 11 bilhões.
Este foi o número record da história da cardeneta de poupança no mês de outubro desde o ano de 1995. Vale ressaltar que os números são nominais, ou seja, não levam em consideração o ajuste da inflação.
Acumulado no ano
O Banco central também divulgou os dados referente ao acumulado no ano, ou seja, os dados que englobam os meses de janeiro até outubro de 2022.
Segundo informações, o saque acumulado no ano superaram os depósitos em R$ 102,1 bilhões e também alcança um record histórico.
O maior valor já registrado até então tinha sido durante os 10 primeiros meses de 2015, onde os saques superaram o valor de R$ 57 bilhões os depósitos na cardeneta de poupança.
Dessa forma, 2022 será marcado pelo alcance de números records na poupança.
Inflação e juros
Um dos possíveis e mais prováveis motivos para a poupança ter tido maior quantidade de saques em relação aos depósitos se dá pela alta da inflação nacional.
Até junho de 2022, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permaneceu na casa dos dois dígitos. Apenas a partir de julho de 2022, o índice começou a entrar em desaceleração.
O IPCA acumulado dos nove primeiros meses de 2022 somam 4,09%. Já o acumulado dos últimos 12 meses ficou em 7,17% ao final de setembro.
Outro fator que pode ter influenciado de forma significativa as retiradas da poupança diz respeito a taxa Selic.
Como tentativa de combate à alta inflação, uma das medidas adotadas pelo Banco Central foi o aumento da taxa Selic, a taxa básica de juros do Brasil. No entanto, em 2022 ela alcançou o seu maior nível desde o ano de 2016, 13,75%.
Por outro lado, a cardeneta de poupança manteve a sua taxa de juros anuais intacta, em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial). Assim, o rendimento da poupança se tornou menos atraente diante de outros investimentos de renda fixa e que contam com segurança em seus aportes.
Outros investimentos possuem o desconto de até 22,5% de imposto de renda dos rendimentos. Mas, mesmo assim, especialistas afirmam que pode valer mais a pena investir em renda fixa, como CDB, LCI, LCA, títulos públicos e vários outros, do que na poupança com a atual taxa de juros.