Poupança registra retirada líquida de R$ 19,67 bilhões no último mês

Poupança registra retirada líquida de R$ 19,67 bilhões no último mês

Os saques mensais da poupança seguem alcançando os maiores níveis da série histórica desde o início da nova poupança com o plano real em 1995. A aplicação financeira, que ainda é a mais tradicional entre os brasileiros, começou o ano com mais um recorde histórico de saques.

No mês de janeiro, os brasileiros sacaram R$ 19,67 bilhões a mais do que o valor de depósitos na caderneta de poupança, de acordo com as informações que foram confirmadas pelo Banco Central do Brasil, nesta última sexta-feira (4).

Essa é maior retirada líquida registrada em todos os meses desde o início da série histórica, de 1995, O recorde anterior também havia sido registrado no mesmo mês, no exercício de 2021, quando os saques haviam sido maiores que os depósitos e marcaram uma diferença de R$ 18,15 bilhões.

Primeiro mês do ano é geralmente marcado pelos altos saques da poupança

Mesmo que o volume de saques na poupança tenha realmente sido alto, o mês de janeiro geralmente é assim mesmo, com um volume mais baixo de depósitos. Muitas famílias precisam sacar os valores para realizar pagamento de impostos, despesas com material escolar e parcelamento de compras de natal ou viagens que haviam sido feitas durante as festas.

No último ano, a poupança também registrou uma retirada líquida bastante alta, fechando o mês de dezembro em R$ 35,5 bilhões. As aplicações foram muito pressionadas pelo pagamento das parcelas do Auxílio Emergencial, além dos baixos rendimentos e do aumento das dívidas que os brasileiros acumularam.

Retirada líquida só não superou o ano de 2015

A retirada líquida é o cálculo feito entre a diferença do número de depósitos e saques da caderneta de poupança, só não foi maior do que o registrado no ano de 2015, que fechou naquela ocasião em R$ 53,57 bilhões. Naquele ano, a forte crise econômica e uma grande desvalorização do real foi o motivo que levou os brasileiros de ir aos saírem em massa.

Também vale ressaltar que até pouco tempo atrás, o rendimento da poupança era de 70% da taxa selic, que é a taxa base para calcular os juros da economia. Porém, uma decisão foi tomada em dezembro de 2021 e definiu uma nova regra para os juros da poupança, onde a partir de agora a caderneta vai render 6,17% ao ano, além da taxa referencial.

Aumento dos juros ainda não é o suficiente para superar a inflação

O aumento dos juros ainda assim, não é suficiente para fazer com que a caderneta de poupança tenha um rendimento maior do que a inflação, que fechou o último ano em 10%, o maior índice desde 2015.

A expectativa é que a inflação caia nos próximos meses, para que a caderneta de poupança volte a ter um rendimento positivo, algo que não está acontecendo nos últimos anos e que vem sendo uma das principais críticas sobretudo da parcela menos favorecida da população, que são aqueles que não investem na renda variável.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.