O Banco Central informou que R$ 6,378 bilhões líquidos foram depositados na poupança no mês de julho. Portanto, esse é o quarto mês de captação positiva para a poupança, após três meses de saques líquidos.
Ainda foi informado que no mês de julho os aportes na poupança somaram R$ 298,273 bilhões, já os saques foram de R$ 291,895 bilhões. Com o rendimento de R$ 2,478 bilhões, o saldo total de contas chegou a R$ 1,039 trilhão.
No acumulado de janeiro a julho de 2021, os brasileiros retiraram R$ 10,162 bilhões líquidos da caderneta. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central, no ano de 2020 a poupança havia registrado dez meses consecutivos de depósitos líquidos.
Ademais, julho foi o quarto mês do ano em que houve mais depósitos do que saques na poupança. No primeiro trimestre de 2021, os brasileiros retiraram mais recursos do que depositaram na caderneta.
Como ficam os rendimentos com a alta da Selic?
Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic para 5,25%. Essa foi a maior alta na taxa básica de juros feita pelo BC desde 2003.
A poupança rende 70% da Selic + taxa referencial (que atualmente é zerada). Com essa alta divulgada pelo Banco Central, a poupança passa a render 3,68% ao ano e 0,30% ao mês.
Inflação interfere na rentabilidade
Apesar de ser o quarto mês de captação positiva na poupança, a inflação acaba prejudicando aqueles que optam por esse tipo de investimento conservador. Entretanto, o Boletim Focus do BC tem a expectativa que até o final de 2022 a Selic esteja em 7% e a inflação no Brasil caia para 3,81%.
“A caderneta de Poupança continua como uma rentabilidade baixa. Continua sendo pouco atrativa, mesmo sendo isenta de imposto, dado que o IPCA dos últimos 12 meses até junho já está na casa dos 8,35%. Basicamente nós temos uma rentabilidade real negativa”, afirmou Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.
Nessa semana, o líder do executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), também reconheceu o problema da inflação no país. Apesar disso, o presidente afirmou que a pressão inflacionária sobre os alimentos têm ligação com a expansão de programas assistenciais (Auxílio Emergencial e Bolsa Família), desvalorização cambial e quebras de safras.
“O Brasil tem problemas, sabemos das necessidades da população. Temos aí uma inflação nos alimentos que está alta. Sabemos que muita gente perdeu a sua renda” afirmou Jair Bolsonaro.
Poupança precaucional
Por conta da pandemia de covid-19 que tem gerado um grande índice de desemprego no país, as famílias brasileiras têm sido mais cautelosas financeiramente. Grande parte da população reduziu os gastos nesse período e passou a aplicar os seus recursos na caderneta, elevando o saldo. O Banco Central tem chamado esse movimento de “poupança precaucional”.
Além disso, o Auxílio Emergencial foi um dos importantes fatores para o aumento de aplicações na poupança. Com o benefício, as famílias puderam se organizar melhor mesmo no atual cenário de incertezas.