Por que uma moeda de 10 centavos vale R$ 150? Descubra o que a torna tão especial
Uma simples moeda de 10 centavos pode ser vendida por até R$ 150 ainda neste ano de 2024. Confira os detalhes
Imagine a seguinte situação: você encontra uma moeda de 10 centavos no bolso e descobre que ela pode ser vendida por nada menos do que R$ 150 nesse ano de 2024. Essa história parece improvável, mas segundo os numismatas, ela não é só possível como muito real.
Entretanto, é preciso deixar claro que não se trata de qualquer moeda de 10 centavos. A peça que pode ser vendida por até R$ 150 possui uma característica rara e altamente desejada dentro do mercado de coleção de peças.
Esse detalhe é conhecido no meio da numismática como reverso invertido. Qualquer peça que conta com essa característica pode passar a valer muito mais dinheiro. É o caso, por exemplo, dos exemplares de 10 centavos da segunda família do Plano Real.
O ano da raridade da moeda
Outro ponto que também deve ser considerado pelo colecionador é o ano de fabricação da peça. Para que uma moeda seja vendida por R$ 150 é importante que ela tenha um reverso invertido e seja necessariamente do ano de 2022.
Abaixo, você pode conferir uma lista com as principais características das moedas de 10 centavos do ano de 2022, tomando como base as informações previamente disponibilizadas pelo Banco Central (BC):
- Material: bronze sobre aço;
- Diâmetro: 20,0 mm;
- Massa: 4,80 g;
- Espessura: 2,23 mm;
- Bordo: serrilhado;
- Eixo: reverso moeda (EH);
- Circulação: de 01/07/1998 a atual;
- Desenho do Anverso: Efígie de D. Pedro I – proclamador da Independência, primeiro imperador do Brasil -, ladeada pelo dístico Brasil e por cena alusiva à proclamação da independência política do País, ocorrida em 7 de setembro de 1822, em São Paulo, às margens do ribeirão Ipiranga;
- Desenho do Reverso: À esquerda, linhas diagonais de fundo dão destaque ao dístico correspondente ao valor facial, seguido dos dísticos centavos e o correspondente ao ano de cunhagem.
Dom Pedro I
Uma das principais curiosidades sobre a moeda de 10 centavos da segunda família do Plano Real é que ela conta com a representação de uma das figuras mais conhecidas da história do Brasil: Dom Pedro I. Ele foi um dos principais condutores do país no processo de Independência da Coroa Portuguesa.
De acordo com historiadores, Dom Pedro I foi muito criticado pelo seu autoritarismo, o que motivou o seu divórcio com as elites brasileiras. No meio da crise, ele renunciou ao trono em 1831 e voltou a Portugal.
O catálogo atualizado
Como dito, para que uma moeda de 10 centavos seja vendida por R$ 150 em 2024, é necessário que ela conte com uma característica específica conhecida como reverso invertido e seja necessariamente do ano de 2022.
Mas peças que não são do ano de 2022 e contam com o reverso invertido também podem ser consideradas valiosas em algum nível. Na imagem abaixo, você pode conferir os valores projetados nos catálogos:
O que é uma moeda reverso invertido?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário saber que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.