A Dipirona, um medicamento amplamente utilizado no Brasil, tem despertado curiosidade sobre o motivo de ser liberada em nosso país, enquanto é expressamente proibida em vários outros países. Essa disparidade na regulamentação da Dipirona pode ser explicada por uma série de fatores, que envolvem questões médicas, econômicas, sociais e até mesmo éticas. Nesta matéria do Notícias Concursos vamos explorar o tema e entender os motivos por trás dessa diferença de perspectivas.
O que é a Dipirona e para que serve no Brasil?
A Dipirona, também conhecida como Metamizol, é um composto farmacológico utilizado como analgésico e antipirético. O medicamento foi criado na Alemanha na década de 1920 e se tornou popular em todo o mundo, especialmente na Europa, ao longo dos anos.
A função primordial da Dipirona é aliviar dores, principalmente dores de cabeça, e reduzir a febre e outras manifestações corporais de várias doenças. Apesar de ser um medicamento amplamente utilizado há mais de 100 anos, ainda existem mistérios sobre como exatamente a Dipirona age para aliviar a dor e diminuir a febre.
Segundo a farmacêutica Laura Marise, a hipótese é que a Dipirona iniba a COX, incluindo um dos tipos dessa molécula que é exclusivo do sistema nervoso central. Essa inibição reduziria a inflamação responsável pela febre e pela dor.
A Dipirona é proibida em quais países?
Diferentemente do Brasil, onde a Dipirona é amplamente disponível e pode ser adquirida sem a necessidade de apresentar receita médica, em vários outros países, o medicamento é proibido. Alguns desses países incluem os Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, Irlanda, França, Marrocos, Turquia, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Luxemburgo, Arábia Saudita, Qatar e Austrália.
Por que tantos países proíbem a Dipirona?
A proibição da Dipirona em diversos países, incluindo os Estados Unidos, o Japão e várias nações europeias, é resultado de eventos ocorridos na década de 1960. Naquela época, vários estudos científicos levantaram a possibilidade de aminopirina, um composto químico semelhante à Dipirona, causar agranulocitose, uma doença sanguínea que enfraquece o sistema imunológico.
Essas descobertas levaram as agências reguladoras de diversos países a recomendarem a proibição da venda da Dipirona. Como resultado, o medicamento deixou de ser encontrado nas farmácias e hospitais dessas nações.
Os Estados Unidos, por exemplo, proibiram a Dipirona em 1977, após uma década de estudos sobre sua eficácia e perigos. A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, liderou a retirada do medicamento do mercado. Outros países, como Reino Unido e Japão, seguiram o exemplo e também proibiram a venda da Dipirona.
No entanto, estudos mais recentes têm contraditado as pesquisas que resultaram na proibição da Dipirona. Um estudo importante, conhecido como “Estudo Boston”, realizado em oito países, mostrou que a incidência de agranulocitose em pessoas que utilizam a Dipirona é muito baixa. A cada um milhão de pessoas que utilizam o medicamento, apenas 1,1 desenvolvem essa condição sanguínea.
Essas evidências mais recentes levaram alguns países a reverem suas decisões e permitirem novamente a venda da Dipirona. É importante ressaltar que, embora a Dipirona seja um medicamento relativamente seguro, a automedicação não é recomendada. Sempre procure orientação médica antes de utilizá-lo.
Por que a Dipirona nunca foi proibida no Brasil?
Ao contrário de vários outros países, o Brasil nunca optou por proibir a Dipirona. A diferença de perspectiva entre o Brasil e outras nações pode ser explicada pelos estudos realizados por cientistas da América Latina, incluindo pesquisadores brasileiros, no início dos anos 2000.
Esses estudos avaliaram a eficácia, os benefícios e os possíveis riscos da Dipirona. Os resultados indicaram que a taxa de agranulocitose em indivíduos que usam o medicamento com frequência é muito baixa. Portanto, os cientistas concluíram que o risco de desenvolver agranulocitose devido ao uso da Dipirona é mínimo, semelhante ao de outros medicamentos disponíveis no mercado brasileiro.
Essa conclusão embasou a decisão de não proibir a Dipirona no Brasil. Pelo contrário, o medicamento se estabeleceu como um dos mais populares no país.
Regulamentação
A Dipirona é um medicamento amplamente utilizado no Brasil, mas proibido em vários outros países. Essa diferença de regulamentação pode ser atribuída a estudos científicos realizados nas décadas de 1960 e 1970, que levantaram preocupações sobre os possíveis riscos da Dipirona em causar agranulocitose.
No entanto, estudos mais recentes têm demonstrado que a incidência de agranulocitose relacionada ao uso da Dipirona é muito baixa. Essas evidências levaram alguns países a reverem suas decisões e permitirem novamente a venda do medicamento.
No Brasil, a Dipirona nunca foi proibida devido aos estudos realizados no início dos anos 2000, que concluíram que o risco de agranulocitose é mínimo. No entanto, é importante ressaltar que a automedicação não é recomendada, e é sempre aconselhável buscar orientação médica antes de utilizar qualquer medicamento.
Portanto, embora a Dipirona seja liberada no Brasil, é essencial usar com responsabilidade e seguir as orientações médicas para garantir seu uso seguro e eficaz.