A Polícia Federal (PF) prendeu na tarde desta quinta-feira (3) um homem que teria ameaçado “dar um tiro na barriga” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O homem que fez a ameaça é um fazendeiro da cidade de Novo Progresso, no Pará. O governo indica que Lula vai fazer uma visita à cidade vizinha de Santarém, em breve.
A informação da prisão foi veiculada pela jornalista Daniela Lima, da Globo News, e mais tarde confirmada pela Polícia Federal (PF). Segundo informações divulgadas, o homem que teria ameaçado o presidente se chama Arilson Strapasson. Segundo testemunhas, ele teria perguntado a alguns moradores da cidade de Santarém qual seria o hotel que Lula se hospedaria na cidade.
A ameaça
Ainda de acordo com testemunhas, o homem estaria comprando bebidas em um estabelecimento de Santarém na quarta-feira (2), quando teria começado a anunciar para as pessoas que tentaria “dar um tiro na barriga de Lula”. Como muitas pessoas teriam ouvido a ameaça, uma das testemunhas foi até a polícia registrar a denúncia.
Diante do processamento do caso, a polícia decidiu agir e prendeu Strapasson, que agora vai começar a responder pelos crimes de ameaça e incitação de atentado contra autoridade por motivação política. Responder por processos não é uma novidade para este fazendeiro, que também já é apontado como uma pessoa que teria relações com grilagem e garimpo ilegal.
“Durante as diligências, os investigadores encontraram um comprovante de compra e venda de um imóvel na região no valor de R$ 2,5 milhões. Conforme o suspeito, ele seria fazendeiro e também já trabalhou como garimpeiro”, divulgou a corporação.
Inconformismo com o resultado das eleições
Segundo apurações da imprensa, durante o seu interrogatório na polícia, o cidadão teria dito que não concordava com o resultado das eleições presidenciais do ano passado, quando o presidente Lula venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por pouco mais de 2 milhões de votos de diferença.
Além disso, ele também teria dito no depoimento que chegou a passar mais de 60 dias ininterruptos em um acampamento na frente de um quartel na cidade de Santarém, para protestar contra o resultado da eleição.
O fazendeiro também disse que estava em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano, no dia da invasão aos prédios dos três poderes. Segundo o acusado, ele teria entrado no Congresso Nacional para tentar lutar contra os resultados das eleições deste ano.
Reação do governo federal
Por meio das suas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino comentou a prisão do fazendeiro, sem citar necessariamente este caso específico.
“Mesmo após o fracasso dos atos golpistas de 8 de janeiro, ainda existem pessoas que ameaçam MATAR ou AGREDIR FISICAMENTE autoridades dos Poderes da República. Isso não é “liberdade de expressão” e a Polícia Federal seguirá aplicando a lei contra criminosos. Renovo os apelos para que as pessoas protestem pacificamente e esperem a eleição de 2026”, disse o ministro.
Ao menos até a publicação deste artigo, o Palácio do Planalto segue confirmando a viagem do presidente Lula ao Pará, mesmo depois da sinalização da ameaça. O presidente deve participar nos dias 8 e 9 de agosto da Cúpula da Amazônia. O petista deve chegar ao Pará já no dia 7 deste mês.
Na Cúpula, outros chefes de estado que respondem por partes da Amazônia deverão debater as condições e os compromissos dos países para a preservação da região.
Esquema especial para proteger Lula
Seja como for, depois das ameaças que foram feitas ao presidente, o governo do estado do Pará anunciou que está montando uma força-tarefa para receber Lula. “É um esquema especial para garantir a segurança não só de Lula, mas de outros chefes de Estado”, disse o governador Hélder Barbalho.