Planos de saúde vão ficar mais baratos pela primeira vez

Planos de saúde vão ficar mais baratos pela primeira vez

Os planos de saúde tiveram redução no valor pela primeira vez na história. O reajuste de -8,19% em relação ao ano passado, foi aprovado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Desta maneira, o barateamento dos planos individuais gera uma pressão sobre as operadoras de convênio.

A pressão se dá pois, as operadoras dos planos de saúde terão de reduzir o valor a partir do mês que vem, com pagamento retroativo dos meses anteriores, deste modo sendo obrigadas a realizar uma redução na mensalidade relativa ao que deixaram de aplicar nos meses de maio, junho e julho.

A decisão de aplicar um reajuste negativo se deu após a audiência desta quinta-feira (8), onde a diretoria da ANS informou que consultas e cirurgias tiveram uma redução considerável no ano passado de 82% para 74%, por conta da pandemia da Covid-19. Estes atendimentos representam a maior fonte de despesas das empresas em um mês.

Apesar da pandemia, a quantidade de usuários de planos de saúde no Brasil vem crescendo, e já corresponde a 48,1 milhões de beneficiários. Destes, 18%, ou seja, cerca de 8,1 milhões, possuem contrato individual e serão beneficiados pelo reajuste negativo do valor, até maio de 2022.

Como o reajuste dos planos de saúde é calculado

Os planos de saúde individuais são avaliados pela flutuação de custos com médicos e hospitais e pela variação de despesas não assistenciais em relação ao ano anterior. No ano passado, por exemplo, o reajuste aprovado foi positivo, de 8,14%, porque refletiam as despesas de 2019.

Este cenário foi explicado na reunião desta quinta-feira, pelo diretor Maurício Nunes da Silva, ao dizer que: “No ano passado em plena pandemia autorizamos um reajuste positivo de 8,14% sob a justificativa da variação de despesas do ano anterior, ou seja, 2019. Agora temos um cenário inverso, houve redução de gastos e a metodologia reflete e reproduz isso. Por isso voto pela variação negativa de 8,19% em 2021”.

O reajuste é válido somente para planos individuais que representam a minoria do total de contratos. Na contra mão, os planos de saúde coletivos, apesar de também serem regulados pela ANS, os reajustes decorrem de livre negociação entre as operadoras e empresas de convênio.

Vale ressaltar que, no ano passado os planos individuais, sofreram uma correção de apenas 8,14%, porém, segundo o Procon-SP existem planos de saúde coletivos que sofreram uma elevação de até 150% em seu preço, percentual considerado abusivo e injustificável. A ANS acredita que o índice deste ano pode gerar uma busca na justiça por parte dos demais consumidores que desejam equiparar o valor das mensalidades.

Sua operadora corresponde o reajuste?

De acordo com o Alexandre Berthe, advogado e especialista em direito do consumidor e em planos de saúde, ultimamente o consumidor vem sendo favorecido pela justiça quando a operadora de planos de saúde não demonstra transparência como chegou ao índice de reajuste aplicado.

Ainda segundo o advogado, o consumidor que deseja entrar com ação, deve pedir para a operadora um histórico dos últimos quatro anos de pagamento para justificar a evolução do cálculo dos pagamentos dos planos de saúde. Também é importante lembrar de pedir uma cópia do contrato de prestação de serviço para verificar as condições tratadas.

Caso o consumidor perceba algo incoerente em relação aos ajustes aplicados pela operadora de planos de saúde, possui três caminhos para realizar a denúncia. O primeiro é reclamar direto com a ANS, o segundo é notificar a operadora via cartório e por fim, fazer uma queixa formal no Procon-SP. Caso nenhum método resolva o problema, é necessário que o prejudicado ingresse com uma ação na justiça.

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