Após um reajuste negativo que aconteceu em 2021 e que surpreendeu a milhões de brasileiros, existe uma grande possibilidade de que a mensalidade do plano de saúde individual fique mais cara até o final do ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar ainda está realizando o cálculo sobre o percentual máximo que será praticado pelas operadoras.
As entidades do setor já estimam um aumento de até 16% dos preços para o plano de saúde no país. Até hoje, o maior reajuste dentro de um ano foi de 13%, que ocorreu em 2016, partindo do dado que a série histórica teve o seu início em 2000, chamando muito a atenção o reajuste negativo de -8,19% do último ano.
Não foi definida uma data para uma nova divulgação do índice. O reajuste anual do plano de saúde é feito de acordo com base nas variações de despesas para o atendimento dos beneficiários, como a intensidade que os clientes utilizam o plano e a inflação dos últimos 12 meses. A expectativa é que até o próximo mês saia o anúncio do novo índice.
Índice prévio do reajuste do plano de saúde já teria sido divulgado
Para a Associação Brasileira de Planos de Saúde, a estimativa é que o percentual de reajuste deste ano fique próximo de 16%. Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar, o reajuste deve ficar próximo de 15,70%.
O aumento está relacionado aos mais variados itens, como insumos médicos e o preço de medicamentos, além da retomada dos procedimentos eletivos, impacto de tratamentos para a Covid-19 de longa data e novas coberturas obrigatórias para planos de saúde, como os medicamentos que impactam diretamente no reajuste de preços.
De acordo com o que foi apontado pela Abramge, a retomada nos atendimentos que haviam sido adiados no ano anterior e por conta da segunda onda da Covid-19, tudo isso acabou pesando no custo de médicos e hospitais ao longo do último ano.
Idec não aprova um reajuste tão alto como o que deverá acontecer
Na avaliação do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec), mesmo em um momento onde a inflação no Brasil passa dos 10% no acumulado dos últimos 12 meses, um reajuste dessa magnitude nos planos de saúde não se justifica e isso irá acabar pesando profundamente nos custos de boa parte dos brasileiros.
Não é de hoje que as projeções acabam ficando acima do que é projetado pela ANS. Também é preciso ressaltar que o reajuste negativo do ano passado acabou desanimando o setor de saúde e por conta disso um reajuste tão alto estaria previsto para 2022, em uma tentativa de recuperar o tempo de prejuízo.
Após o cálculo e a definição do índice pela ANS, o reajuste vai ser aplicado pela operadora desde a data de aniversário do contrato, ou seja, no mês em que foi realizada a contratação do plano de saúde. Isso quer dizer que o teto máximo de aumento só poderá ser definido após 1 ano em que o plano foi contratado