Segundo os dados do Estudo de Pagamentos Gmattos, realizado pela consultoria de pagamentos online Gmattos, a aceitação do Pix nas plataformas de e-commerce cresceu consideravelmente ao longo de 2021. Em janeiro, apenas 16,9% das lojas aceitavam o pagamento instantâneo, sendo que, em dezembro, o índice pulou para 55,9%.
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A variação de 39 pontos percentuais indica mais do que apenas o triplo da aceitação do Pix. Para a consultoria, a adoção do Pix pelo comércio eletrônico é uma resposta à adesão expressiva de consumidores — quase 110 milhões de pessoas físicas cadastradas em dezembro de 2021. Além disso, o Pix traz uma alta conversão de carrinho (de 60% a 90%), de duas a três vezes superior à do débito, por exemplo.
Esse aspecto favorável se justifica pelo fluxo positivo de experiência de compra propiciado ao consumidor pelo meio, uma característica também constatada pelo Estudo de Pagamentos Gmattos ao analisar a usabilidade do Pix em 16 lojas durante o ano. Os próprios lojistas passaram a estimular o uso do Pix, a partir de meados de 2021. Descontos e frete grátis foram as estratégias usuais de incentivo.
Esse desempenho consolidou o Pix na terceira posição do ranking das formas de pagamento no comércio eletrônico no País ao final do ano.
Pix pode ir ainda mais longe
O pico da performance do Pix em 2021 foi verificado em novembro, quando sua aceitação chegou a 59,3%. A pequena oscilação negativa entre novembro e dezembro, para a casa dos 55,9%, não compromete as perspectivas favoráveis para a modalidade em 2022, na visão de Gastão Mattos, cofundador e CEO da Gmattos.
Para ele, o problema está na falta de integração de plataformas. “O primeiro ano do Pix serviu de aprendizado para muitas lojas. Algumas adotaram uma abordagem simplificada para integrar o novo meio de pagamento e possivelmente observaram índices de conversão abaixo do esperado. Estimo que, já neste início de 2022, haverá uma retomada no crescimento da aceitação do Pix, desta vez de forma mais madura, com integrações mais completas.”
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Já a participação do Pix nos pagamentos por meios eletrônicos no comércio brasileiro, tanto virtual quanto presencial, alcançou 2,7%, ante 1,16% no primeiro trimestre e 2,16% no segundo. Pode ser um índice baixo, mas a Gmattos aponta que essa performance pode ser considerada como muito positiva, uma vez que o volume do uso de cartões de pagamento cresceu quase 35% no ano passado em comparação a 2020, e o Pix completou seu primeiro ano de operação. Para estimar essa participação, a Gmattos utilizou dados do Banco Central e da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), sobre pagamentos eletrônicos.
Boletos e cartões de crédito inabaláveis
No começo, esperava-se que o Pix substituísse os boletos, mas não foi o que aconteceu. O Estudo de Pagamentos Gmattos mostra que o boleto se manteve firme ao longo de 2021 no segundo lugar entre os meios de pagamento no e-commerce brasileiro, permanecendo no patamar de 75% de aceitação. Em dezembro, ela foi de 74,6%, mesmo percentual verificado em janeiro. O melhor desempenho da modalidade se deu em março, maio e setembro: 83%.
Mesmo com a ascensão significativa do Pix, a segunda posição do boleto entre os meios de pagamento mais aceitos pelo comércio eletrônico brasileiro não deve ser ameaçada em 2022.
Quem mais perdeu espaço no e-commerce com o advento do Pix foi o débito. Sua aceitação média caiu do patamar de 40% no início de 2021 para 30,5% em dezembro. Por sua vez, o cartão de crédito reinou absoluto em 2021 como o meio de pagamento mais aceito pelas lojas online, de acordo com o Estudo Gmattos.
Sua performance se manteve na casa dos 98,3% em todas as edições do levantamento da consultoria, entre janeiro e dezembro. Funcionalidades como o parcelamento dito “sem juros” e pontuação em programas de milhagem incentivam o consumidor a utilizar a modalidade.
A mais recente edição do Estudo de Pagamentos Gmattos analisou 59 lojas online de destaque no mercado brasileiro, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam 85% do comércio eletrônico do país. A maior parte das observações dessa edição aconteceu entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2021.