PIX impulsiona Brasil em ranking mundial de pagamentos instantâneos
O sistema de pagamentos instantâneos deixou o Brasil no top dois de ranking mundial.
O uso do PIX continua crescendo de maneira significativa no Brasil. Em 2022, o sistema de pagamentos instantâneos mostrou a sua força e impulsionou o Brasil em um ranking mundial, e a margem para crescimento é ainda maior.
De acordo com o estudo Prime Time for Real-Time Report, realizado através da parceria da ACI Worldwide (empresa da área de sistema de pagamentos) com a GlobalData (empresa de análise e consultoria de dados), o Brasil foi o segundo país que mais realizou pagamentos instantâneos em 2022.
Em resumo, houve 29,2 bilhões de transações no Brasil, valor que superou quase todos os países do mundo. Aliás, confira abaixo as nações que tiveram as maiores quantidades de transações de pagamentos instantâneos em 2022:
- Índia: 89,5 bilhões;
- Brasil: 29,2 bilhões;
- China: 17,6 bilhões;
- Tailândia: 16,5 bilhões;
- Coreia do Sul: 8 bilhões.
Os dados mostram que o Brasil conseguiu superar com uma boa margem os países asiáticos, que ficaram atrás na lista. No entanto, a diferença foi ainda maior em relação à Índia, que liderou o ranking mundial, com um número três vezes maior que o do Brasil.
Embora não tenha liderado a lista, os dados foram comemorados pelo Banco Central (BC), que implementou o PIX no país. A saber, o sistema de pagamentos está em vigor no país há pouco mais de dois anos e meio, e continua mostrando que sua relevância só faz se fortalecer entre a população.
Crescimento do PIX no Brasil impressiona
Segundo os dados do estudo, o crescimento do uso dos serviços de pagamento instantâneo no Brasil foi de 228,9% entre 2021 e 2022.
A título de comparação, a taxa de crescimento de transações instantâneas realizadas na Índia ficou em 76,8%. Em suma, a população brasileira passou a usar o PIX de maneira bem mais intensa que a população indiana, na comparação com 2021.
“Ao mostrar um panorama internacional, o trabalho evidencia o quanto o PIX é uma política pública bem-sucedida e que está impactando positivamente a sociedade, trazendo eficiência e redução de custos para o país, e transformando a vida de milhões de pessoas e empresas“, disse Mayara Yano, assessora sênior do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do BC.
“Apesar de mais recente do que pagamentos instantâneos de outros países, a adoção e o uso do PIX já deixam o Brasil como um dos líderes absolutos do setor“, acrescentou Yano.
Ao considerar os demais países, as taxas de crescimento no uso de pagamentos instantâneos em 2022, em relação ao ano anterior, foram bem mais tímidas. Na China, as transações cresceram apenas 0,9% em um ano, enquanto as taxas ficaram em 63,4% na Tailândia e 9,6% na Coreia do Sul.
Brasil responde por 15% dos pagamentos
Em 2022, o forte crescimento no uso do PIX fez o Brasil responder por expressivos 15% do total de pagamentos instantâneos realizados em todo o mundo.
“O estudo compartilha experiências e lições de outros países, o que possibilita aperfeiçoamentos nos sistemas já existentes, além de estimular outros países a implementar o serviço de pagamentos instantâneos“, disse Breno Lobo, consultor no Decem.
“Ele também coloca luz sobre o potencial futuro de interconexões entre os diversos sistemas, sendo uma alternativa a pagamentos transfronteiriços, aumentando a eficiência, reduzindo custos e melhorando a usabilidade dessas transações“, afirmou o consultor.
Aliás, o PIX é um meio de pagamento instantâneo que foi criado pelo Banco Central (BC) e lançado no final de 2020. Na prática, o sistema consiste na transação de valores financeiros entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. Isso o torna rápido e prático, sem contar que o sistema também é bastante seguro.
Expectativas para os próximos anos
O estudo ainda informou que há grandes expectativas para o Brasil nos próximos anos. Ao considerar os pagamentos instantâneos como um todo, o Brasil registrou 195 bilhões de transações em 2022.
Já para 2027, a previsão é que o número chegue à expressiva marca de 511,7 bilhões de transações. Caso as estimativas se confirmem, o Brasil passará a responder por 27,8% do total de pagamentos eletrônicos no mundo.
“O levantamento evidencia como o PIX foi rapidamente abraçado pela sociedade brasileira e como o Banco Central teve papel fundamental nesse processo“, disse Lobo.
O consultor ainda afirmou que o PIX possui ainda mais potencial para crescer. Isso incentiva o BC a trabalhar “constantemente no desenvolvimento de novas funcionalidades“, disse.