O PIX, ferramenta de transferências e pagamentos instantâneos, desenvolvida pelo Banco Central (BC), mudou a forma como os brasileiros lidam com transações financeiras. Nesse sentido, segundo dados do BC, o sistema já é usado por 71% da população, que já possui 380 milhões de chaves registradas em contas de instituições financeiras.
Segundo uma pesquisa recente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a taxa de aprovação das transferências instantâneas do PIX, por brasileiros, chegou a 85%. Sendo assim, de acordo com os dados da federação, em apenas um dia, sexta-feira (7), foram registradas 52,4 milhões de transações. Dessa forma, o número bateu o recorde anterior, de 50,3 milhões, que foi registrado em dezembro de 2021.
Além disso, segundo o BC, a maior parte das operações é feita entre pessoas físicas (73%) e outros 17% são referentes a pagamentos de pessoas para empresas. Dessa forma, até dezembro, foram movimentados mais de R$ 623 milhões pelo sistema de pagamentos. E, agora, com as novas funcionalidades, deve ampliar ainda mais o seu uso.
Nesse contexto, desde o final de dezembro começaram a funcionar novas funções PIX Saque e PIX Troco. Com elas, diversos estabelecimentos comerciais, como supermercados, padarias, lojas de departamentos e lotéricas, podem oferecer a opção de retirar ou receber dinheiro vivo após uma compra via PIX na própria loja.
Novos recursos do sistema de pagamentos em 2022
O PIX em 2022 chega com novas funcionalidades, segundo o que planeja o Banco Central.
Dentre estas novidades estão: O PIX Garantido, que permite que os pagamentos sejam parcelados e agendados por meio do sistema. Também o PIX por aproximação, que possibilita fazer pagamentos ao aproximar o celular da máquina de cartão.
Além dessas funcionalidades, estão o PIX débito automático, que permite que contas de consumo, como água, luz e telefone, possam ser pagas no débito automático. Além disso, o PIX offline, recurso que está sendo testado com três tecnologias, porém, ainda está em processo de avaliação. E, por fim, o PIX internacional, que permite que o usuário faça transferências instantâneas de outros países através da ferramenta.
Dessa maneira, com todas as novas funcionalidades do PIX entrando, fica claro o quanto a economia digital já está inserida na vida das pessoas. Ou seja, é colocada maior pressão nos players do mercado financeiro, como as operadoras de cartões e as empresas que oferecem a máquina cobrando percentual sobre as transações.
Inclusão pela ferramenta
Ademais, segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, o crescimento do PIX proporcionou mais inclusão às classes mais baixas. Isto porque mais de 45,6 milhões de pessoas que estavam fora do sistema financeiro passaram a operar através de pagamentos digitais.
Segundo Pinho de Mello, o PIX tem ganhado mais adesão de beneficiários dos programas sociais como o Bolsa Família e o CadÚnico. Os dados do BC demonstram que entre as camadas de menor renda, o número de usuários do PIX subiu 131% entre março e outubro deste ano, contra crescimento de 52% no total da população.
Portanto, com o advento e adoção do PIX, o Brasil, ressaltou o diretor do Banco Central, passou a ocupar o terceiro lugar entre os países que mais usam pagamentos instantâneos. Sendo assim, o país fica apenas atrás da Suécia, que adotou o sistema há sete anos, e da Dinamarca, que o adotou há cinco anos.