PIB do Brasil cresce 0,9% no 2º trimestre e soma R$ 2,65 trilhões

PIB do Brasil cresce 0,9% no 2º trimestre e soma R$ 2,65 TRILHÕES

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o trimestre anterior, após ajuste sazonal. O resultado surpreendeu os analistas do mercado financeiro, que projetavam um avanço mais modesto no período.

A saber, o crescimento desacelerou fortemente em relação ao primeiro trimestre, quando o PIB cresceu 1,8% na comparação trimestral. Contudo, isso já era esperado, visto que os dados dos três primeiros meses foram impulsionados pela produção e colheita recorde de grãos, que fortaleceram a agropecuária e, consequentemente, a economia brasileira.

Em resumo, os analistas estimavam um crescimento de 0,4% no segundo trimestre, mas o avanço foi mais de duas vezes superior, animando o mercado e o governo federal. Aliás, várias instituições revisaram as estimativas para o crescimento do PIB brasileiro em 2023, já que o resultado do segundo trimestre veio acima do esperado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, responsável pelo levantamento, o PIB brasileiro cresceu no segundo trimestre deste ano devido ao setor de  serviços. Veja abaixo os resultados registrados entre abril e junho de 2023:

  • Indústria: +0,9%;
  • Serviços: +0,6%;
  • Agropecuária: -0,9.

Serviços respondem por cerca de 70% do PIB

O resultado do PIB no segundo trimestre foi divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, os serviços financeiros tiveram papel muito importante no resultado trimestral.

O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo“, avaliou Palis.

Em resumo, cada uma das atividades exerce uma influência distinta na composição do PIB brasileiro. Enquanto o setor de serviços responde por cerca de 70% do PIB do país, a indústria tem peso de aproximadamente 22% e a agropecuária de apenas 8%.

Serviços financeiros se destacam no trimestre, com destaque para seguros como os de automóveis
Serviços financeiros se destacam, especialmente os seguros, como os de automóveis. Imagem: Free Creative Commons.

Agropecuária recua no trimestre

Como o setor agropecuário exerce pouca influência na economia brasileira, o desempenho negativo no PIB no segundo trimestre foi mais intenso que a variação do setor de serviços. Contudo, como o setor tem um peso quase nove vezes menor que o de serviços, a agropecuária exerce a menor influência no resultado do PIB brasileiro, enquanto os serviços impactam bem mais a economia.

Embora a agropecuária tenha recuado na base trimestral, o setor cresceu 17% em relação ao mesmo período de 2022. O avanço percentual foi o mais expressivo entre os grandes setores econômicos, já que o crescimento dos serviços (2,3%) e da indústria (1,5%) foi bem mais modesto na base interanual.

Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre“, explicou Rebeca Palis.

A propósito, a agropecuária cresceu 21% no primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores. Em outras palavras, a base comparativa trimestral estava muito elevada, e isso fez o setor encolher levemente entre abril e junho deste ano.

Veja outros destaques do PIB brasileiro no trimestre

O IBGE divulga dados sobre os setores mais importantes para o PIB brasileiro. Além dos serviços, indústria e agropecuária, outros indicadores também exercem grande influência na economia do país, impulsionando-a ou puxando-a para baixo.

No segundo trimestre deste ano, os outros destaques foram os seguintes:

  • Consumo das famílias: 0,9%;
  • Consumo do governo: 0,7%;
  • Investimentos: 0,1%.

Em suma, todos estes indicadores tiveram taxas positivas no período, ajudando a fortalecer o crescimento do PIB brasileiro. Esse dado é bem diferente do observado no primeiro trimestre, quanto a agropecuária disparou e acabou mascarando a falta de investimentos e a perda de fôlego dos outros setores da economia brasileira, segundo analistas.

PIB brasileiro soma R$ 2,6 trilhões

Em valores correntes, a economia brasileira totalizou R$ 2,651 trilhões no segundo trimestre de 2023. Desse valor, R$ 2,315 trilhões se referiram ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos. Já R$ 335,7 bilhões vieram de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

De acordo com o IBGE, a taxa de investimento foi de 17,2% do PIB no período. Esse percentual ficou menor que o registrado no mesmo período de 2022 (18,3%). Da mesma forma, a taxa de poupança foi de 16,9%, ficando também abaixo da taxa observada no segundo trimestre do ano passado (18,4%).

Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB brasileiro cresceu 3,4%. Em síntese, esse resultado aconteceu graças à elevação de 3,4% do Valor Adicionado a preços básicos e de 3,3% dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Já no acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB do país apresentou um crescimento de 3,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O Valor Adicionado a preços básicos cresceu 3,2%, enquanto os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios tiveram alta de 3,0%.

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