Os motoristas do país receberam uma grande notícia no último final de semana. A Petrobras anunciou a quarta redução consecutiva no preço da gasolina, para alegria dos consumidores do país.
A redução de 5,3% no valor do combustível reduziu o seu preço em 14 centavos, de R$ 2,66 para R$ 2,52. Aliás, ao considerar todo o ano de 2023, as reduções da Petrobras no preço da gasolina chegam a 56 centavos, uma vez que o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 3,08 no final de 2022.
A saber, esses valores se referem às distribuidoras do país, não ao consumidor final. Isso porque a Petrobras comercializa os combustíveis com as refinarias, e através delas que estes itens chegam aos consumidores, por meio dos postos de combustíveis.
Os reajustes promovidos pela Petrobras não costumam chegar em sua totalidade para os consumidores, ao menos quando são quedas. Por outro lado, quando a companhia eleva o valor dos combustíveis, os repasses aos consumidores costumam ser bem rápidos, quase imediatos, e ainda maiores que os reajustes da estatal.
Consumidores pagam mais caro
Os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
Inclusive, a Petrobras informou que a parcela da companhia no preço repassado ao consumidor será, em média, de R$ 1,84 após a última redução promovida. Esse percentual se refere ao combustível que tem mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.
Essas reduções promovidas pela Petrobras significam que os consumidores também estão pagando mais barato pela gasolina no país? Na verdade, a realidade é bem menos positiva para os motoristas, que não pagam apenas os valores referentes aos combustíveis, mas também a várias outras taxas.
Reoneração de impostos encarece combustíveis
Neste mês de julho, os combustíveis ficaram mais caros no país. Em síntese, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais sobre a gasolina e o etanol, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o fina de junho.
A arrecadação federal parcial dos impostos sobre os combustíveis entre março e junho provocou a perda de R$ 6,6 bilhões para os cofres públicos. Para reverter essa perda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a criação de um imposto sobre as exportações de petróleo, mas esse tributo também será temporário.
De todo modo, tudo isso encarece o valor dos combustíveis comercializados para os consumidores. Em primeiro lugar, o valor destes itens já é mais elevado do que os das distribuidoras devido às variáveis. Contudo, com a reoneração de impostos, a situação fica ainda mais complicada para os brasileiros.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a reoneração integral dos impostos federais PIS/Cofins deverão provocar um aumento de 34 centavos por litro no preço da gasolina e de 22 centavos por litro no valor do etanol.
A expectativa é que os valores dos combustíveis fiquem ainda mais elevados no país, pesando de maneira mais intensa no bolso dos consumidores que precisam abastecer o tanque de combustíveis de seus veículos. Aliás, esses itens não impactam apenas os brasileiros que possuem veículos, mas toda a população.
Veja o preço dos combustíveis
Na semana passada, a gasolina registrou um leve aumento, enquanto o preço do etanol se manteve estável nas bombas do país. Segundo o levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou 0,19% mais cara nos postos do país, com o preço do litro subindo de R$ 5,35 para R$ 5,36.
Por sua vez, o valor médio do etanol hidratado permaneceu em R$ 3,74, mesmo valor da semana anterior. Em resumo, esse é o menor preço do biocombustível desde a primeira semana de novembro de 2022, quando o valor médio foi de R$ 3,70, ou seja, em quase oito meses.
Embora o etanol esteja no menor patamar do ano, essa realidade deve chegar ao fim em breve. Com a volta da cobrança total dos impostos federais PIS/Cofins, o valor do combustível deve subir para perto de R$ 4,00. Já a gasolina, que está em um nível elevado, deverá ficar ainda mais cara no país, mesmo com as reduções promovidas pela Petrobras.