Os brasileiros que moram de aluguel não tiveram muito o que comemorar em 2023. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais subiu 7,46% no ano passado, na comparação com 2022.
O avanço anual só não foi mais intenso graças ao resultado de dezembro. O último mês de 2023 chegou ao fim registrando uma queda de 1,16% nos preços dos alugueis residenciais, para alívio dos consumidores.
Entretanto, apenas quatro meses registraram redução dos valores, enquanto os outros oitos meses tiveram aumento dos preços. Por isso que o resultado anual ficou positivo, pressionando a renda dos brasileiros que vieram de aluguel no ano passado.
Embora o valor tenha subido em 12 meses, o avanço ficou longe do recorde registrado pela série histórica. O levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), teve início em janeiro de 2019.
De lá para cá, a taxa mais expressiva foi observada entre novembro de 2021 e outubro de 2022, período em que os preços dos aluguéis subiram 11,56%. Em outras palavras, o avanço em 2023 ficou 4 pontos percentuais menor que o recorde da série histórica. Ainda assim, os brasileiros sempre torcem por queda nos valores, e não por aumentos.
Veja o que motivou a queda dos preços em dezembro
A saber, a queda do IVAR em dezembro ocorreu devido à queda dos preços no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em Porto Alegre, os valores também ficaram menores, mas o recuo foi bastante tímido.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Belo Horizonte: 0,68%;
- Porto Alegre: -0,10%;
- São Paulo: -1,62%;
- Rio de Janeiro: -3,30%.
A título de comparação, os preços haviam caído em três dos quatro locais em novembro. Naquele mês, a única variação positiva foi registrada no Rio de Janeiro (2,83%). Contudo, dessa vez, a capital fluminense apresentou a maior queda entre os locais, caindo da primeira para a última posição.
Aliás, a capital foi o grande destaque do IVAR de dezembro, contribuindo significativamente para a queda do indicador no mês. Já São Paulo, que teve o segundo maior recuo, manteve-se na mesma posição, visto que, em novembro, também havia apresentado a segunda maior queda entre as capitais pesquisadas (-0,98%).
Em dezembro, a maior variação percentual foi registrada no Rio de Janeiro (6,13 p.p.), seguido por Belo Horizonte (2,09 p.p.). No entanto, a capital mineira seguiu o caminho inverso, e os preços subiram em dezembro, após queda firme de 1,41% no mês anterior.
Veja a variação dos preços acumulada em 2023
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que o resultado não ficou tão positivo em outubro, apesar da forte alta registrada em Porto Alegre.
Com o acréscimo das variações observadas em dezembro, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (10,26% para 11,53%);
- Rio de Janeiro (9,27% para 8,27%);
- Porto Alegre (6,66% para 7,73%);
- São Paulo (5,48% para 4,89%).
Em dezembro não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com São Paulo.
Apesar das quedas mensais, todas as capitais registradas taxas positivas no acumulado anual. Isso quer dizer que os preços do aluguel residencial ficaram mais caros em todos os locais, quando comparados aos valores de um ano atrás.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.