A taxa de desemprego subiu de 8,3% para 8,4% no trimestre móvel terminado em janeiro deste ano. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje, 17 de março. Segundo o Instituto, trata-se de uma situação de estabilidade, sem maiores melhoras ou pioras no cenário.
A taxa de desemprego no Brasil segue, portanto, no menor patamar registrado desde o trimestre móvel que se registrou em janeiro de 2015, quando a taxa estava na casa dos 6,9%. Em números totais, estima-se que cerca de 9 milhões de brasileiros estavam desempregados no trimestre que terminou em janeiro deste ano.
O número é basicamente o mesmo que se registrou no trimestre móvel anterior, mas é 3 milhões a menos do que se registrou nos 12 meses anteriores. Na comparação anual, é possível lembrar que nos 12 meses anteriores, o Brasil contava com cerca de 12 milhões de desempregados considerando os números de todas as regiões do país.
“Essa estabilidade ainda seria uma repercussão da redução da procura por trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 sobre o início de 2023″, explica Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.
“Esse efeito conjugado entre a estabilidade da população desocupada e retração do número de trabalhadores, deixou a taxa de desocupação estável.”
IBGE x Caged
Vale lembrar que a Pnad do IBGE é diferente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Este último analisa apenas os dados de pessoas que conseguem empregos formais, ou seja, com assinatura na carteira em empresas oficialmente formalziadas.
O IBGE, por outro lado, tende a realizar pesquisas mais amplas, que levam em consideração os dados do emprego formal, mas também as informações sobre o trabalho informal. Na conta do emprego, entram também as pessoas que conseguem algum tipo de trabalho, mesmo que não tenham uma assinatura na carteira.
Segundo o IBGE, a taxa de informalidade no Brasil está na casa dos 39%. Isto significa que a cada 10 trabalhadores brasileiros, quatro trabalham no mercado informal.
Abaixo, você pode conferir outros dados divulgados nesta manhã
- População ocupada: 98,6 milhões;
- População fora da força de trabalho: 66,3 milhões;
- População desalentada: 4 milhões;
- Empregados com carteira assinada: 36,8 milhões;
- Empregados sem carteira assinada: 13,1 milhões;
- Trabalhadores por conta própria: 25,3 milhões;
- Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões;
- Trabalhadores informais: 38,5 milhões;
- Taxa de informalidade: 39%.
Perda de ocupação
Analistas do IBGE avaliam que mesmo que os novos números apontem para uma estabilidade, também já é possível perceber uma queda da geração de trabalho.
“Se pelo lado da desocupação, há uma estabilidade, pelo lado da geração de trabalho o movimento já é de perda de ocupação. Observamos, assim, dois panoramas: em uma análise de mais curto prazo é observada uma queda na formação de trabalho enquanto no confronto com um ano atrás o cenário ainda é de ganho de ocupação”, comparou Adriana Beringuy.
Segundo a coordenadora do IBGE, existem perdas importantes no ritmo da ocupação em atividades como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Também se registrou perda em áreas como a administração pública, educação e saúde.
Ao menos, até a publicação desta artigo, o Governo Federal ainda não tinha se pronunciado sobre a evolução dos números.