PÉSSIMA NOTÍCIA para os brasileiros que moram de aluguel acaba de sair. O preço dos aluguéis residenciais subiu 0,97% em março, na comparação com fevereiro. O resultado é o mais fraco de 2023 e sucede as altas registradas em janeiro (+4,20%) e fevereiro (+1,09%), indicando uma nova desaceleração da alta dos preços.
Com o acréscimo desse resultado, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), passou a acumular uma alta de 8,90% nos últimos 12 meses até março. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro, de 8,73%.
Embora a taxa anual tenha acelerado, ainda está abaixo do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019. A saber, o maior valor anual foi observado em outubro do ano passado, quando chegou a 11,56% entre novembro de 2021 e outubro de 2022.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados nesta semana.
Preço do aluguel cai em Porto Alegre
Em suma, a desaceleração do IVAR em março ocorreu devido à decréscimos registrados em três das quatro cidades pesquisadas. A única exceção foi Porto Alegre, cuja taxa acelerou em relação a fevereiro. No entanto, a capital foi a única a registrar uma taxa negativa no mês, ou seja, os preços caíram na capital gaúcha em março.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Belo Horizonte: 4,76%
- Rio de Janeiro: 2,50%
- São Paulo: 0,74%
- Porto Alegre: -1,67%
A título de comparação, os preços haviam subido em fevereiro, exceto em Porto Alegre. No segundo mês de 2023, as variações foram as seguintes: Belo Horizonte (5,97%), Rio de Janeiro (3,11%), São Paulo (2,10%) e Porto Alegre (-4,71%).
Com o acréscimo das variações observadas em março, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (12,12% para 14,79%);
- Rio de Janeiro (9,10% para 10,24%);
- São Paulo (7,91% para 7,32%);
- Porto Alegre (7,42% para 6,95%).
Em março, não houve variações muito significativas para alterar as posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais, tanto a nível mensal quanto a anual.
Por outro lado, Porto Alegre foi o único local onde houve queda nos valores dos alugueis, beneficiando os consumidores. Ainda assim, todas as quatro capitais pesquisadas pelo FGV IBRE estão com o aluguel mais caro, pressionando ainda mais a renda de milhões de pessoas que vivem dessa maneira.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE “, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
A FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário”.
Inflação da construção civil segue elevada no país
De acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), também medido pelo FGV IBRE, os custos da construção civil subiram levemente em março.
Embora a alta tenha sido tímida, o indicador acumulou forte avanço de 8,17% nos últimos 12 meses. Ainda assim, a taxa ficou menor que a registrada nos 12 meses imediatamente anteriores (11,63%).
Em suma, os custos da construção continuam muito elevados no país, mesmo com a taxa desacelerando na comparação anual. Quando os preços sobem, os brasileiros são os que mais sofrem, pois isso acaba encarecendo os imóveis, e os alugueis seguem a mesma trajetória, registrando fortes altas, como a apresentada pelo IVAR.
Vale destacar que o mercado imobiliário brasileiro enfrentou grandes desafios em 2022, com uma forte queda no número de lançamentos de imóveis. No entanto, as expectativas do setor para este ano são mais positivas, e os preços tendem a seguir essa trajetória de alta.