Após iniciar o ano com uma forte alta de 4,20%, o preço dos aluguéis residenciais subiram de novo em fevereiro.
Dessa vez, o avanço não foi tão expressivo quanto em janeiro e a variação registrada no segundo mês de 2023 foi de 1,06%.
Embora a alta tenha sido bem menor que a registrada no mês anterior, ainda continua sendo um avanço.
Isso quer dizer que os brasileiros tiveram que pagar mais caro pelo aluguel de imóveis residenciais em fevereiro.
Com o acréscimo desse resultado, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) passou a acumular um avanço significativo de 8,73% nos últimos 12 meses até fevereiro.
Apesar de expressivo, o percentual ficou abaixo da taxa acumulada nos últimos 12 meses até janeiro, de 10,74%.
Aliás, com a desaceleração da taxa anual, ela ficou ainda mais longe do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019.
Isso aconteceu em outubro do ano passado, quando o IVAR chegou a 11,56% no acumulado anual.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) é responsável pelo levantamento.
Preço do aluguel sobe em três cidades
Em suma, a alta do IVAR em fevereiro ocorreu devido aos avanços registrados em três das quatro cidades pesquisadas.
A única exceção foi Porto Alegre, onde a taxa recuou quase 5%, após disparar mais de 10% em janeiro.
Veja abaixo as variações registradas nos locais pesquisados em fevereiro:
- Belo Horizonte: 5,97%
- Rio de Janeiro: 3,11%
- São Paulo: 2,10%
- Porto Alegre: -4,71%
A título de comparação, os preços se elevaram nas quatro cidades em janeiro, impulsionando a taxa nacional.
No entanto, o destaque havia sido Porto Alegre, com um avanço bem maior que as outras três cidades, cujas altas não ultrapassaram 3%.
Aliás, em fevereiro, a capital gaúcha também se destacou, limitando a taxa nacional e impedindo um avanço ainda mais expressivo.
Com o acréscimo das variações observadas em fevereiro, as cidades pesquisadas pelo FGV Ibre passaram a acumular as seguintes altas nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (9,82% para 12,12%);
- Rio de Janeiro (8,51% para 9,10%);
- São Paulo (8,20% para 7,91%);
- Porto Alegre (16,79% para 7,42%).
Em fevereiro, a queda registrada em Porto Alegre foi tão significativa que fez o local passar da primeira posição, em janeiro, para o último lugar.
Inclusive, a capital gaúcha vem apresentando taxas bastante variadas nos últimos meses, visto que, em dezembro do ano passado, ela acumulava a menor taxa entre todas as cidades.
Em outras palavras, o preço dos aluguéis residenciais parece seguir uma montanha-russa em Porto Alegre, com altos e baixos ao longo dos meses.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil”, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getúlio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV Ibre junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV Ibre”, informa a entidade.
A saber, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados.
Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois, os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
A FGV Ibre ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário”.
Inflação da construção civil segue elevada no país
De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação da construção civil disparou 10,90% em 2022.
Em janeiro deste ano, o índice seguiu em alta. Contudo, o avanço foi bastante tímido, com o indicador subindo 0,31% no mês.
Ainda assim, os custos da construção continuam muito elevados no país, mesmo com a desaceleração da variação.
Em síntese, quando os preços da construção civil sobem, quem mais sofre é a população, pois, isso acaba encarecendo os imóveis.
Nesse cenário, os aluguéis acabam seguindo a mesma trajetória, ficando mais caro, como aconteceu em fevereiro.
Assim, resta aos brasileiros torcerem pela queda dos preços dos aluguéis nos próximos meses.