No início de 2024, uma notícia preocupante abalou a população brasileira: trabalhadores com renda de até dois salários mínimos voltarão a pagar Imposto de Renda. Essa informação foi divulgada por um estudo realizado pela Unafisco Nacional, entidade que representa os auditores fiscais da Receita Federal.
De acordo com o estudo, a recente correção do salário mínimo impactou diretamente a faixa de renda antes considerada isenta, tornando necessário o recolhimento do imposto por parte dessa parcela da população.
Neste artigo, vamos analisar mais detalhadamente essa situação e entender como ela afeta os trabalhadores de baixa renda no Brasil.
O impacto da correção do salário mínimo
A Unafisco Nacional revelou que o aumento de 10,16% no salário mínimo em 2024 elevou os ganhos para quem recebia até dois salários mínimos no ano passado. Isso significa que, agora, essa faixa de renda passa a ser de R$ 2.824. No entanto, o governo não realizou a correção da tabela de isenção do Imposto de Renda, o que faz com que essa parcela da população volte a ser tributada.
Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional, expressa sua indignação com essa situação, afirmando que o governo vendeu a ideia de isenção para quem ganha até dois salários mínimos, mas, na prática, isso é mentira. Segundo Silva, os trabalhadores dessa faixa agora terão que recolher R$ 13,80 de imposto todos os meses, o que ele considera um absurdo.
Aposentados e pensionistas também são impactados
Além dos trabalhadores de baixa renda, a defasagem na tabela de isenção do Imposto de Renda também afeta aposentados e pensionistas do INSS. Com o reajuste de 10,16% em 2024, esses beneficiários também são prejudicados pela falta de correção na tabela, sendo obrigados a pagar o imposto, mesmo com rendas mais modestas.
A Unafisco Nacional ressalta que o governo está penalizando quem ganha menos ao não realizar a devida correção da tabela, e defende a necessidade de ajustá-la para refletir a realidade da inflação. Essa defasagem é uma questão que precisa ser solucionada, pois está afetando negativamente a vida de milhares de brasileiros.
Promessas de correção e os obstáculos orçamentários
A correção da tabela do Imposto de Renda é uma promessa antiga, presente inclusive na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já empossado, Lula chegou a anunciar sua intenção de elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil. No entanto, as restrições orçamentárias impediram que essa medida fosse implementada em 2023.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, promete enviar uma reforma da tributação da renda, que inclui a correção da tabela de isenção, no primeiro semestre de 2024. Essa reforma é aguardada com expectativa pela população, pois acredita-se que ela possa trazer alívio financeiro para os trabalhadores de baixa renda e aposentados.
Ademais, a notícia de que trabalhadores de baixa renda voltarão a pagar Imposto de Renda em 2024 é preocupante e coloca em evidência a necessidade de correção da tabela de isenção do imposto. A defasagem atual penaliza aqueles que ganham menos, prejudicando ainda mais a situação financeira de trabalhadores e aposentados.
Espera-se que o governo cumpra a promessa de corrigir essa tabela, levando em consideração a inflação e as necessidades reais da população. A reforma da tributação da renda, que inclui essa correção, é uma medida aguardada com esperança e expectativa por todos que estão sendo afetados por essa questão.
É fundamental que sejam tomadas medidas para garantir a justiça fiscal e o equilíbrio na tributação, de forma a não sobrecarregar aqueles que já enfrentam dificuldades financeiras. A sociedade brasileira espera uma solução para esse problema, que afeta diretamente a vida de milhares de pessoas.