Viver no Brasil está mais difícil agora do que era há dois anos atrás. Pelo menos essa é a frase que resume a situação da grande maioria das famílias brasileiras. É o que mostram os dados da mais nova pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi capitaneada pelo economista Daniel Duque e teve divulgação nesta segunda-feira (1).
De acordo com o levantamento, quase 70% dos brasileiros estão ganhando neste momento menos do que ganhavam antes da pandemia, em 2019. Essa queda estaria acontecendo por uma série de motivos, mas o principal deles é mesmo o aumento da inflação, que estaria corroendo o poder de compra das famílias mais pobres.
Esses dados se traduzem em realidade quando se vê o que está acontecendo com os preços de vários produtos. O botijão de gás, por exemplo, está custando em média quase R$ 100, de acordo com o Agência Nacional de Petróleo (ANP). E isso é apenas uma média. Em alguns estados o valor está bem mais alto do que isso.
Além disso, há também reclamações sobre a questão do preço do combustível. Quem costuma sair de carro certamente já percebeu que o valor desse item está subindo cada vez mais. Em entrevista recente, o próprio Presidente Jair Bolsonaro confirmou que esse patamar vai subir ainda mais nos próximos meses.
Outros pontos também precisam de destaque aqui. O valor da conta de luz também aumentou. O Governo até criou uma nova bandeira tarifária de cobrança. O que também está crescendo é o preço da cesta básica. Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, por exemplo, esse item está custando mais do que R$ 600.
Pior para os mais pobres
A situação é notadamente pior para os mais pobres. Pelo menos é isso o que essa mesma pesquisa está dizendo. De acordo com os resultados, brasileiros que possuem menor renda estão tendo uma perda do poder de compra maior do que os mais ricos.
De fato, a pesquisa mostra que os 10% dos brasileiros que mais recebem dinheiro estão na verdade aumentando as suas rendas. Em uma comparação com o que se tinha em 2019, eles tiveram um aumento médio de 8%.
Isso quer dizer, portanto, que a situação dos mais pobres está muito mais delicada neste momento. Muitos deles não sabem o que vai acontecer nas próximas semanas, e outros muitos não sabem o que irão conseguir comer ainda hoje.
Fim do Auxílio Emergencial
É neste cenário que o Auxílio Emergencial do Governo Federal chegou ao fim. Oficialmente o que se sabe é que o programa em questão fez o seu último repasse ainda no último domingo (31), para os informais que fazem aniversário em dezembro.
Em entrevista há uma semana, o Presidente Jair Bolsonaro disse que o Auxílio Emergencial não vai ganhar nenhum tipo de prorrogação. De acordo com ele, o país já estaria em uma posição de limite diante destes gastos.
De qualquer forma, o mesmo Bolsonaro disse que tem um plano B caso o Governo não consiga aumentar o valor do Bolsa Família. Imagina-se que essa ideia poderia ser justamente a prorrogação do Auxílio Emergencial.