O avanço da inteligência artificial (IA) está moldando o futuro do trabalho e causando incertezas sobre a sobrevivência de várias profissões. Empresas de peso como Klarna, Microsoft e Amazon já adotam chatbots e assistentes automatizados no lugar de partes de suas equipes, trazendo discussões e incertezas entre trabalhadores de diferentes áreas.
Apesar de muita gente associar IA a demissões em massa, pesquisas recentes indicam que há funções praticamente “blindadas” que continuam sendo praticamente insubstituíveis pela tecnologia, ao menos no curto prazo.
Para quem acompanha as notícias sobre as transformações do mercado de trabalho, a palavra “profissões” nunca esteve tão em alta. O debate ganhou ainda mais força após estudos apontarem que redatores, DJs e até cientistas de dados já tiveram grande parte de suas atividades substituídas por robôs inteligentes, mas algumas áreas seguem praticamente intactas. Essa dualidade entre medo e oportunidade mexe com quem busca garantir sua empregabilidade nos próximos anos.
No centro desse cenário, experiências reais, como a do britânico Joe Turner, redator freelancer que perdeu 70% dos clientes para a IA nos últimos dois anos, mostram o impacto da automação nos empregos. Ainda assim, como reforça a pesquisadora Xinrong Zhu, funções baseadas em julgamento, criatividade e relacionamento pessoal ainda estão entre as menos ameaçadas.
Por que alguns empregos estão mais vulneráveis à substituição pela IA?
O grande diferencial da inteligência artificial está na automação de tarefas repetitivas e no processamento veloz de dados. Profissões cujo foco está em análises lógicas, produção de conteúdo padronizado ou execução de processos mecânicos estão entre as mais afetadas. O relatório da Microsoft, baseado em mais de 200 mil interações com o Copilot, escancarou o nível de automação possível hoje:
- 90% das funções de historiadores e programadores já são realizadas por IA
- 80% das de jornalistas e vendedores
- 75% das de cientistas de dados e DJs
A lista de cargos em risco inclui intérpretes, tradutores, matemáticos, revisores de texto e programadores de máquinas. O número chama atenção: até 98% das tarefas em algumas dessas áreas já podem ser automatizadas, mostrando o tamanho do desafio.
Que tipos de trabalho continuam resistindo à automação?
Apesar dos avanços tecnológicos, o estudo da Microsoft também detalhou áreas onde a IA ainda engatinha – e trabalhadores seguem praticamente insubstituíveis em 2025:
- Pintores e decoradores: apenas 4% das tarefas automatizáveis
- Faxineiros: 3%
- Enfermeiros assistentes: 7%
- Engenheiros navais: 5%
- Auxiliares cirúrgicos: 3%
O principal motivo para essa “proteção” está inerente à natureza humana da atividade: criatividade manual, cuidado interpessoal, improvisação e empatia são elementos ainda muito distantes das possibilidades da automação, tornando essas posições menos atraentes (e menos rentáveis) para os algoritmos.
Esses fatores mostram que certas funções, mesmo diante de rápidas mudanças, continuam valorizadas e possuem barreiras tecnológicas difíceis de superar. Para quem deseja segurança, apostar em áreas que exigem habilidades sociais e emocionais pode ser uma escolha mais inteligente.
A tecnologia cria e transforma empregos – não é apenas uma ameaça
Imagem: Freepik
O medo da substituição não é novo. Iniciativas como a linha de montagem da Ford ou caixas eletrônicos também trouxeram receio, mas no longo prazo resultaram em mais postos de trabalho. Para o economista Fabian Stephany, de Oxford, a IA deve transformar as atividades exercidas, e não simplesmente eliminar vagas.
Em vez de enxergar a IA como um “bicho-papão”, muitas pessoas estão investindo em capacitação para atuar em segmentos onde o “toque humano” faz toda a diferença. Diferente do que muitos pensam, a tecnologia frequentemente abre espaço para novas especialidades e funções inesperadas.
Isso se reflete na velocidade de crescimento das vagas em certos setores. Segundo levantamento da PwC, postos de trabalho nas áreas mais ameaçadas pela automação cresceram quatro vezes mais devagar que outras áreas entre 2019 e 2024, mas continuam existindo e, em muitos casos, se reinventando.
Grandes empresas e a otimização da força de trabalho: tendências para o futuro
O impacto das decisões das grandes empresas como Klarna, Microsoft e Amazon é difícil de subestimar. A Klarna, por exemplo, reduziu 40% de seu quadro de colaboradores, enquanto a Microsoft fez cortes de 15 mil profissionais após investir pesado em data centers e automação. O CEO da Amazon destacou publicamente que espera “reduzir a força de trabalho corporativa” com o aumento da eficiência via IA.
No entanto, a grande maioria das empresas está preferindo congelar contratações em vez de promover grandes cortes, ao menos até sentir segurança nas mudanças impostas pela automação.
O que esperar das profissões em 2025?
Embora a automação represente riscos para determinados cargos, empregos que valorizam relações interpessoais, resolução criativa de problemas e habilidades manuais seguem em alta. O desafio para os próximos anos está em descobrir como aliar tecnologia e humanidade e, principalmente, onde investir energia para garantir empregabilidade duradoura.
Apostar em capacitação contínua e em habilidades que estimulem o pensamento crítico, a criatividade e a interação humana é fundamental para enfrentar esse período de transformações sem grandes surpresas. Será que você está preparado para esse novo cenário?
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