Paulo Guedes propõe reduzir subsídios para pagar novo Auxílio Brasil - Notícias Concursos

Paulo Guedes propõe reduzir subsídios para pagar novo Auxílio Brasil

Para bancar os custos do novo programa social, ministro da Economia propõe nova solução.

Durante declaração na última quinta-feira, 26 de agosto, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre a necessidade de uma nova fonte de recursos para a implementação do Auxílio Brasil. Isto é, novo programa de transferência de renda da gestão atual que deverá substituir o Bolsa Família a partir de novembro, logo após o término do Auxílio Emergencial.

Além disso, Paulo Guedes comentou sobre a chance de se utilizar a redução de subsídios e incentivos como uma proposta alternativa para a reedição e ampliação da nova medida.

No entanto, até o presente momento, o plano principal do governo é de relacionar a criação do Auxílio Brasil à taxação de dividendos. Esta, por sua vez, é prevista na Reforma Tributária do IR. Contudo, a Câmara dos Deputados já adiou a votação do tema diversas vezes, devido a uma falta de acordo entre os parlamentares.

“Esse é um caminho natural. Se não vier, já temos a arrecadação, temos que buscar carimbo em outra coisa, redução de subsídio”, afirmou o ministro, durante evento virtual de uma corretora de investimentos. Portanto, o ministro busca alternativas no caso de não prosseguir com a reforma tributária, que é sua prioridade.

Outro projeto de lei também discute a Lei de Responsabilidade Fiscal

Em julho deste ano, ainda, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional um projeto que criaria uma exceção na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, haveria a permissão da indicação de projetos que ainda estejam em tramitação no Congresso como futuras fontes de recursos de uma nova despesa. No entanto, até o momento o projeto não teve aprovação.

Durante o evento desta última quinta-feira, Paulo Guedes declarou que o governo já possui recursos financeiros para o custeio do aumento do novo Bolsa Família. Desse modo, de acordo com o ministro, estes são provenientes do aumento da arrecadação. Contudo, o governo é obrigado por lei a encaixar este aumento do orçamento indicando uma fonte permanente de recursos.

“Houve aumento de arrecadação de 270 bilhões acima do previsto. Se eu pegar 10% disso aí, é justamente um Bolsa Família que vai lá pra cima, lá pros 300 reais. Só que o Brasil é o país do carimbo. Na lei, nós tivemos que falar o seguinte: só pode criar o Bolsa Família se tivermos uma fonte recorrente, então tivemos que buscar no pacote do IR e carimbar”, explicou Paulo Guedes.

Ministro propõe a redução de subsídios

Além das alternativas discutidas, a Emenda Constitucional 109, advinda da aprovação da PEC (Proposta à Emenda Constitucional) Emergencial pelo Congresso Nacional, impõe que o governo envie até o dia 15 de setembro um plano para a redução de subsídios e incentivos tributários.

Então, o processo de redução deve ser de 10% a cada ano, de forma que os subsídios não ultrapassem o valor máximo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em um período de oito anos. Atualmente, os subsídios e incentivos tributários consomem cerca de 4% do PIB.

Quando questionado sobre o tema, Jair Bolsonaro vem declarando que pretende utilizar a redução dos subsídios para zerar os impostos federais que se aplicam sobre o valor do diesel.

Deputado publicará parecer favorável à PEC dos precatórios

Após encontro entre o deputado Darci de Matos, relator da PEC dos Precatórios, e o ministro Paulo Guedes, o deputado é emitir parecer favorável sobre a medida. Assim, a proposta permite a flexibilização do pagamento de dívidas judiciais da União em até nove anos, de forma que os recursos para o Auxílio Brasil serão facilitados. Portanto, o parecer deverá estar disponível no decorrer da próxima semana.

Em seguida, então, os parlamentares já possuem um cronograma, o qual a deputada Bia Kicis desenvolveu. Ela é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que faz parte dos trâmites na Casa Legislativa. Assim, depois da emissão do parecer, haverá uma audiência pública na quinta-feira, dia 02 de setembro, ou na sexta-feira 03 de setembro. Por fim, então, acontecerá a votação da medida no dia 8 de setembro, quarta-feira.

Nesse sentido, o relator entende que a proposta está de acordo com os direitos fundamentais da Constituição de 1988, o que é o objeto de conferência da Comissão de Constituição e Justiça. Portanto, o deputado explica que “as audiências públicas vão enriquecer o debate, mas a princípio, pelo que eu li, o projeto não fere cláusula pétrea. A análise da CCJ é única e exclusivamente a fundamentação legal, a admissibilidade. O debate de fato fica para o mérito, para a comissão especial”.

Contudo, o parlamentar não aferiu nenhuma certeza no seu parecer, frisando que, caso a proposta esteja fora dos quesitos que precisa analisar, sua opinião será contrária. Caso isso aconteça, a comissão especial não poderá mais retomar o debate. Por consequência, o projeto não seguiria para o plenário.

Caso Governo Federal não encontre novos fundos a tempo, Auxílio Brasil estreará com mesmo valores

Vários membros do governo vinham divulgando que o novo programa iria aumentar o tíquete médio, além dos beneficiários. Contudo, a medida provisória que regula o Auxílio Brasil, programa que substituirá Bolsa Família, foi ao Congresso Nacional sem definição de valores. Isso ocorre porque o programa segue sem indicar a origem de seu orçamento.

O governo federal passou pela discussão de diversas fontes para o investimento. Nesse sentido, primeiramente, o o objetivo seria utilizar da reforma tributária para arcar com o aumento de gastos do programa. Portanto, com mais arrecadação, seria possível aumentar os benefícios do Auxílio Brasil.

No entanto, o governo federal deve levar em consideração que a lei eleitoral proíbe a criação ou reformulação de novos programas sociais em ano de eleições. Dessa forma, a alteração deve ocorrer ainda neste ano. Isso significa que qualquer que seja a fonte do investimento, ele deve se concretizar rapidamente.

Além disso, os lucros com as privatizações também poderiam servir para custear o novo programa social. Agora, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos precatórios e a diminuição de subsídios são as apostas da pasta econômica.

Por esses motivos, caso as alternativas não se concretizem, é possível que o valor dos benefícios se mantenham iguais. Ademais, isso também significa que não haverá aumento de novo beneficiários.

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