Paulo Guedes confirma prorrogação do Auxílio Emergencial
O Governo Federal confirmou na última terça-feira, dia 8 de junho, o pagamento de novas parcelas do Auxílio Emergencial em 2021. Nesse sentido, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que mais duas ou três novas parcelas do benefício deverão ser liberadas a população mais vulnerável que participa do programa. Assim, de acordo com mesmo, a decisão já vem sendo calculada de acordo com todas as leis que regem questões acerca do orçamento público.
Dessa forma, após sofrer forte pressão de parlamentares e da população, o chefe da pasta econômica se declarou a favor da extensão do benefício. Portanto, o auxílio tinha previsão de se encerrar em agosto, com o novo comunicado do governo, deverá contar com mais duas ou três parcelas.
Além disso, segundo Paulo Guedes, a intenção é que o Auxílio Emergencial se prolongue até o mês de outubro. Contudo, o projeto de lei que valida sua implantação pode sofrer edição até dezembro de 2021.
“Possivelmente nós vamos estender agora o auxílio emergencial por mais dois ou três meses, porque a pandemia está aí “, disse Guedes, durante participação em um evento.
O ministro informou que a extensão do benefício custará aproximadamente R$ 18 bilhões aos cofres públicos. Como, até o momento, houve sobre de R$ 7 bilhões do auxílio, o governo irá necessitar que o Congresso Nacional libera a quantia de R$ 11 bilhões na forma de crédito extraordinário.
De acordo com o Governo Federal, cerca de 67 milhões de cidadãos tiveram acesso as quantias pagas pelo Auxílio Emergencial em 2020. A previsão é que mais de 20 milhões de pessoas recebam o benefício em 2021.
Vacina tem a capacidade de garantir recuperação econômica
Além disso, o ministro também comentou sobre o atual cronograma de vacinação. Desse modo, relatou que toda a população adulta do Brasil deverá estar totalmente vacinada no máximo até setembro.
Sabendo disso, o integrante do governo espera que o mercado de trabalho retorne aquecido e se recupere de todos impactos que a pandemia da Covid-19 causou.
“Os governadores estão dizendo que, em dois ou três meses, a população brasileira adulta vai estar toda vacinada. Então, nós vamos renovar por dois ou três meses o auxílio, e logo depois entra, então, o novo Bolsa Família, já reforçado “, acrescentou o ministro.
De acordo com o ministro, as perspectivas para economia brasileira podem ser classificadas como favoráveis e interessantes. Guedes voltou a afirmar que o Brasil possui a emergia mais limpa do mundo. “É verdade que temos problema com desmatamento ilegal, estamos conscientes”.
Novo Programa Bolsa Família e possíveis alterações nos valores do Auxílio Emergencial
Perguntado sobre a chance de um possível aumento dos valores do benefício, Paulo Guedes afirmou que a proposta ainda segue sob a análise de toda sua equipe e que ainda não foi descartada. Segundo informações o benefício poderia se reajustar para a quantia de R$ 500, conforme projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.
Contudo, em relação ao Novo Bolsa Família, as informações que o ministro revelou são as mesmas já ditas pelo presidente Jair Bolsonaro. Assim, o programa deverá sofrer um conjunto de modificações a partir do mês de agosto, com a intenção de atingir um número maior de participantes.
Ademais, espera-se também que os valores pagos mensalmente também tenham aumento. Portanto, até o momento, as principais informações sobre a reforma são:
- Valor de auxílio-creche mensal para cada criança de R$ 52.
- Bônus de R$ 200 pago anualmente para o melhor aluno da classe.
- Bolsa mensal de R$ 100, mais um prêmio anual de estudante científico e técnico de destaque de R$ 1000.
- Reformulação das regras de entrada e saída do benefício.
- Atualização dos critérios mínimos de renda para a inclusão.
Criação do Fundo Brasil
Paulo Guedes, ainda, voltou a comentar sobre a ideia da criação do Fundo Brasil, que se alimentaria com recursos vindos da privatizações de empresas estatais. Nesse sentido, o mesmo relatou que o governo não se envergonha do programa e que gostaria de realizar a venda de todas as empresas públicas.
Guedes também aproveitou a oportunidade e enfatizou que em momento algum ele prometeu a redução do déficit primário do país. De acordo com o ministro, é necessário pensar sobre a venda de estatais para direcionar recursos financeiros ao fundo de combate à pobreza.
Revisões em alta
Segundo o ministro, o governo está muito feliz com todas as revisões de crescimento do Produto Interno Bruto no início deste neste ano.
“Como sabem, todos estão revendo as previsões de crescimento do Brasil. A percepção inicial, de alta de 3% (no PIB), no começo do ano, está subindo e está, atualmente, entre 4% e 5%. Estamos certamente mais felizes com as previsões que estão vindo”, afirmou.
Contudo, mesmo com as informações positivas Guedes, que se considera um conservador, relata que ainda prefere se conter e esperar outras possíveis reações do mercado. O ministro ressalta, então, que, durante o ano passado, o mercado tinha previsões pessimistas no decorrer da pandemia. Algumas chegavam a falar, inclusive, em uma queda de até 10%. Assim, no fim de 2020, o PIB nacional acabou apresentando uma retração de cerca de 4,1%. No entanto, de acordo com pesquisa da USP, esse valor poderia ter sido de duas a três vezes maior, não fosse o Auxílio Emergencial.
“Nós acreditamos que, de novo, a democracia brasileira vai surpreender os mais críticos”, afirmou o líder da equipe econômica. Guedes também lembrou que nos primeiros quatro meses de 2021, houve a criação de quase 1 milhão de vagas formais de trabalho, segundo informações coletadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Porém, ele não comentou sobre o recorde relacionado 14,7% da taxa de desemprego.
Bolsa cai após anúncio de extensão de Auxílio Emergencial
Após encerrar com recordes de fechamento em seis pregões em sequência, a Bolsa Brasileira (B3), cedeu cerca de 0,76%, pondo fim a um período de oito altas consecutivas.
Ao que parece, a notícia da renovação do Auxílio Emergencial, pelo ministro Paulo Guedes, desagradou o mercado. No câmbio, a decisão teve baixo impacto, reduzindo o valor do dólar em 0,05%.
Integrantes do mercado afirmam que expectativa era de que o benefício emergencial fosse prorrogado por no máximo dois meses. Segundo eles, o retorno do programa gera o retorno de preocupações antigas sobre o cenário fiscal do país, questão que até o momento tinha sido deixada temporariamente de lado.