Pandemia afeta a carreira profissional de grande parte da população
Um estudo divulgado pela empresa de gestão e recursos humanos Mindsight constatou que aproximadamente 44% dos brasileiros acreditam que suas carreiras foram estagnadas por conta da pandemia. Em fevereiro, 48% dos entrevistados acreditavam que a pandemia havia atrapalhado seus planos e desenvolvimento profissional, atualmente, a porcentagem subiu para 73%.
Para o economista, administrador e CEO da Mindsight, Thaylan Toth, a pandemia acabou afetando diretamente tanto empresas quanto profissionais. Apesar disso, após dois anos de isolamento social as empresas e funcionários tem se adaptado às mudanças.
“O mercado de trabalho sofreu bastante desde o início da pandemia, deixando diversas pessoas desempregadas em busca de uma recolocação, assim como muitas ficaram frustradas com o ritmo no qual suas carreiras estão avançando. No entanto, a maioria das empresas já entendeu que muitas mudanças vieram para ficar e se adaptou”, disse Thaylan Toth.
Carreira de mulheres foi mais afetada durante a pandemia
Ao realizar um recorte de gênero, a pesquisa constatou também que os impactos da pandemia acabaram afetando mais as mulheres do que os homens. Além disso, pessoas negras e pardas também foram mais afetadas do que brancos. Segundo o estudo da Mindsight, 49% das pessoas pretas e pardas foram demitidas durante a pandemia. Entre os brancos a porcentagem de pessoas que perderam o emprego foi de 40%.
Das mulheres entrevistadas, 58% disseram estar desempregadas. Já entre os homens a porcentagem de desemprego é de 44%. Em relação à percepção sobre o mercado de trabalho atual, 61% das mulheres falaram sobre a falta de vagas de emprego, enquanto apenas 52% dos homens têm essa impressão.
Uma pesquisa feita pelo banco digital Nubank em conjunto com o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no primeiro ano de pandemia constatou que mais de 62% das empresas com mais de 3 anos de existência, lideradas por mulheres, acabaram fechando suas portas. De acordo com o estudo, o principal motivo para essas empresas terem fechado é a jornada dupla de trabalho que as mulheres precisam enfrentar.
Pesquisas da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) publicadas no Relatório Especial também constatou que a participação das mulheres no mercado de trabalho vinha se igualando com a dos homens com o decorrer dos anos. Apesar disso, com a pandemia e o isolamento social houve um retrocesso na questão de igualdade de gênero no mercado de trabalho.
Demissões durante a pandemia
O estudo feito pela Mindsight ainda constatou que 43,7% dos entrevistados foram demitidos durante a pandemia. 51,2% das pessoas ouvidas estão desempregadas e buscando voltar ao mercado de trabalho e 65,9% acabaram mudando o plano de carreira de alguma forma por conta da crise pandêmica.
O levantamento também pontuou que para 45,8% dos entrevistados a busca por emprego e conseguir conciliar a vida pessoal com a carreira está mais difícil por conta da pandemia. Além disso, 55,5% dos cidadãos disseram ter a autoestima na área profissional afetada por conta da pandemia.