Pandemia: 4 entre 10 jovens pensaram em parar de estudar
A pandemia da covid-19 elevou ainda mais o nível dos desafios para todos e segundo uma pesquisa com quase 70 mil jovens de 15 a 29 anos, de todo o Brasil, 43% afirmaram que pensaram em parar de estudar nesse período.
Segundo a pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus realizada entre março e abril deste ano, a educação no Brasil está severamente ameaçada.
Na primeira edição da pesquisa realizada em junho de 2020, a proporção era apenas de 28%. Os dados também revelam que 6% dos jovens trancaram suas matrículas e 56% fizeram isso durante a pandemia.
Pandemia e os obstáculos para estudar
De acordo com a pesquisa o principal motivo para os estudantes abandonarem os estudos foram os problemas financeiros, citados por 21% dos entrevistados, além disso 14% revelaram problemas com o EAD (Ensino à Distância).
Ademais, 47% dos jovens que pararam de estudar afirmaram que voltariam às aulas quando toda a população fosse vacinada e 36% gostariam de ter acesso a uma renda básica ou auxílio emergencial.
Os dados coletados na pesquisa foram captados através de um questionário online com 77 perguntas divididas em cinco blocos:
- Perfil sociodemográfico;
- Saúde;
- Educação;
- Trabalho e renda;
- Vida pública.
Para os especialistas envolvidos na pesquisa, todo o contexto evidenciados nos dados demonstra a forte influência no processo de desenvolvimento da população jovem no Brasil.
Além disso, uma série de direitos têm sido violados e negligenciados e para enfrentar esses desafios, é primordial que aconteçam ações concretas e baseadas em evidências.
Necessidade de complementar a renda
A pesquisa mostra que os desafios dos jovens durante a pandemia não ficam somente no campo da educação, mas também estão relacionados a outras questões.
A extinção do auxílio emergencial, por exemplo, aumentou em 38% a proporção de jovens que precisaram complementar a renda em 2021, contra 23% no ano passado.
A saber, entre os estudantes negros o índice dispara e chega a 47%. Além disso, aqueles que conseguiram ter esse complemento recorreram à informalidade.
Entre 4 de cada 10 estudantes que tiveram uma renda, dois fizeram trabalhos pontuais sem carteira assinada, trabalharam por conta própria ou abriram um negócio.
Contudo, para lidar com os efeitos da pandemia no trabalho, os entrevistados disseram querer apoio para o mercado informal:
- 25% acreditam que as instituições públicas e privadas devem ter como prioridade ações que estimulem o surgimento de novos trabalhos;
- 20% querem políticas de renda emergencial para famílias vulneráveis;
- 20% desejam a ampliação dos empregos formais.
Por fim, 82% dos jovens afirmaram querer tomar a vacina contra a covid-19 e 92% vê com bons olhos o cenário futuro quando toda população for vacinada.
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