Você já encontrou uma moeda rara? Mesmo que você acredite que não, muito provavelmente isso não é verdade. Mesmo que não tenha percebido, alguma moeda rara passou pela sua mão nos últimos anos. Na grande maioria dos casos, as pessoas não percebem que estão diante de um pequeno tesouro.
Mas o que faz uma moeda se tornar rara no Brasil? De acordo com especialistas em numismática, ao menos quatro características devem ser consideradas neste sentido. Veja abaixo quais são elas:
As características das moedas raras
- Estado de conservação
Em primeiro lugar, é importante notar o estado de conservação da moeda. Peças que já estão em circulação há muito tempo normalmente se tornam um pouco mais apagadas, ou com falhas produzidas pelos homens. Isso faz com que a peça tenha menos valor numismático.
Assim, se você encontrar uma moeda que circulou muito pouco e que ainda está com todas as suas principais características preservadas, saiba que ela poderá ser vendida por um valor naturalmente maior.
- Tempo
Analistas na área da numismática também lembram que o tempo deve ser considerado, mas não é um fator decisivo. De fato, peças que foram fabricadas há séculos possuem muito valor numismático, para além do valor histórico.
Especialistas lembram, no entanto, que o cidadão deve se ater muito menos ao tempo, e muito mais a outras questões que envolvem o contexto histórico em que ela foi distribuída.
- Tiragem
Neste sentido, há de se considerar também a tiragem da moeda. O que é isso? É basicamente a quantidade peças que foram distribuídas naquele ano específico. De acordo com numismatas, quanto menos moedas são colocadas na rua, maior é o grau de raridade da mesma.
Isso ajuda explica porque as moedas mais recentes normalmente são menos valiosas. Nos últimos anos, as tiragens das moedas variam entre 200 e 300 milhões de peças. Em décadas anteriores, ainda antes do Plano Real, as quantidades eram menores.
- Erros de cunhagem
Outro ponto que também deve ser considerado são os chamados erros de cunhagem. Quando o colecionador consegue completar o seu portfólio, ele normalmente começa a procurar peças com algumas falhas. Por isso, elas começam a se tornar mais raras.
No Brasil, existem moedas com vários tipos de erro. Veja abaixo alguns exemplos:
- Cunho trincado, quando há uma leve trinca na moeda;
- Cunho rachado, quando há uma trinca que vai de ponta a ponta da moeda;
- Cunho quebrado, quando parte da estampa da moeda não aparece;
- Cunho entupido, quando a estampa fica fraca;
- Múltiplas cunhagens, quando a estampa se repete e fica com um efeito sombreado ou irreconhecível.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.
A evolução da história
Mesmo na época do Brasil Império, já existia uma preocupação com o material usado nas moedas que seriam usadas no comércio. De acordo com um relatório histórico do Banco Central, com o passar dos anos, os imperadores começaram a alterar o material usado na fabricação destas peças.
“Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi sendo substituído por ligas modernas, mais duráveis, de modo a suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. A partir de 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, a partir de 1870, moedas de cuproníquel”, diz o Banco Central
“Após a Proclamação da República, em 1889, foi mantido o padrão Réis. As moedas de ouro e prata receberam gravação da alegoria da República no lugar da imagem do imperador. A utilização do ouro, na cunhagem de moedas de circulação, foi interrompida em 1922, devido ao alto custo do metal”, completa o BC.