Número de trabalhadores com carteira assinada cresce no 3º trimestre

O Brasil registrou 37,4 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no terceiro trimestre deste ano. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.

O número cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 587 mil pessoas. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2022, houve um crescimento de 3,0% (acréscimo de 1,1 milhão de pessoas).

Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base trimestral é um dado bastante positivo, pois mostra um crescimento na criação de vagas, algo que não aconteceu nos trimestres anteriores, quando a taxa se manteve estável nessa base comparativa.

Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022. Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais ficou mais expressivo, pois refletiu o fortalecimento do mercado de trabalho do país.

Empregados sem carteira assinada

A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual. Entre julho e setembro de 2023, havia 13,3 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.

Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.

Em relação ao trimestre móvel anterior, mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal“, explicou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta terça-feira (31).

Crescimento da ocupação formal foi bem maior que o da informal no terceiro trimestre
Crescimento da ocupação formal foi bem maior que o da informal no terceiro trimestre. Imagem: Reprodução.

Trabalhadores por conta própria e domésticos

Além disso, o IBGE informou que havia 25,5 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre julho e setembro deste ano. Esse valor ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.

O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período. A taxa ficou estável na comparação mensal, e isso também aconteceu na anual.

Nesta terça-feira (31), o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,4 ponto percentual no terceiro trimestre deste ano, para 7,7%. Em síntese, esse é o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando a taxa de desocupação ficou em 7,5%.

Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 1,0 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos 12 meses. O recuo corresponde a 1,1 milhão de pessoas a menos nessa condição no país.

A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 4,2% em um ano, para R$ 2.982. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 120 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.862 um ano atrás.

Setores não registram geração de vagas no trimestre

O levantamento também que apenas um dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre com saldo positivo, na comparação com o anterior. “De modo geral, as atividades econômicas não tiveram redução de trabalhadores, não houve processo de dispensa”, disse Beringuy.

O único segmento a registrar crescimento no número de vagas criadas foi o de informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que teve alta de 3,5%, o que correspondeu a um acréscimo de 420 mil pessoas. Os destaques do setor ficaram com os serviços financeiros e de locação de mão de obra.

Embora essa atividade tenha se destacado no pós-pandemia por causa dos serviços de tecnologia da informação, agora tem registrado expansões seguidas não só relacionadas a esse segmento, mas também aos serviços de locação de mão de obra, administrativos, jurídicos e financeiros. Além disso, boa parte do crescimento do trabalho com carteira assinada no trimestre veio por meio dessa atividade“, explicou a coordenadora.

De acordo com o IBGE, os nove grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. A propósito, os grupamentos são:

  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
  • Alojamento e alimentação;
  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
  • Construção;
  • Indústria geral;
  • Outros serviços;
  • Serviços domésticos;
  • Transporte, armazenagem e correio.

Apenas três setores criam vagas em um ano

O resultado trimestral indicou estabilidade em quase todos os grupamentos pesquisados, mas, na base anual, os resultados ficaram mais diversificados. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em três dos dez grupamentos pesquisados, na comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:

  • Administração pública (685 mil);
  • Informação, comunicação e afins (617 mil);
  • Transportes, armazenagem e correio (226 mil).

Por outro lado, dois grupamentos fecharam vagas na base anual: de agricultura, pecuária e afins (menos 334 mil pessoas) e de outros serviços (menos 246 mil pessoas). Já os cinco grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.

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